Por que a convergência digital vai fomentar o Agro 4.0?

Por que a convergência digital vai fomentar o Agro 4.0?

3 minutos de leitura

Conectividade, inovação e tecnologia são os pilares para que o Agro 4.0 seja mais do que uma realidade no Brasil, afirmam especialistas.



Por Redação em 15/04/2021

Conectividade, inovação e tecnologia são os pilares para que o Agro 4.0 seja mais do que uma realidade no Brasil, afirmam especialistas em debate na Futurecom Digital Series.

A pandemia impulsionou a transformação digital em diversos setores e um que também ganhou relevância foi o agronegócio. Essa afirmação foi dada durante o Futurecom Digital Series, evento on-line realizado pela Futurecom e que discutiu o fomento ao Agro 4.0.

LEIA TAMBÉM: Os desafios de inovação no agronegócio

Foram quatro encontros realizados ao longo do dia 13 de abril com a participação de vários especialistas do setor e de entidades públicas. Confira um resumo das principais discussões sobre o potencial que o agronegócio tem quando aliado com a inovação.

Agricultores cada vez mais conectados

Um dado divulgado durante um dos painéis foi sobre a presença da tecnologia no agronegócio – 94% dos produtores rurais brasileiros possuem telefones e 68% deste total têm um smartphone em mãos.

Ainda segundo a pesquisa de Ministério da Agricultura em parceria com a Escola Superior de Agricultura Luis de Queiroz (Esalq), que relatou os dados do parágrafo anterior, 37% dos produtores já utilizam plataformas, sistemas, aplicativos e mídias sociais para fazerem negócios.

Como destacou Cleber Soares, diretor de inovação do Ministério da Agricultura, “a transformação digital veio para ficar, independentemente do padrão social do agricultor.”

Esse uso maior de tecnologia pelos agricultores pode ser explicado pelo fomento à inovação por parte das startups. O radar AgTech da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) mostrou que o Brasil tinha 1.125 agtechs registradas em 2019, enquanto a edição 2020/2021 levantou 2.402 startups focadas no agronegócio.

Aproveite para ouvir o episódio “O sucesso do agronegócio de amanhã” do podcast “Juntos
no próximo nível”
da Embratel (agora Claro empresas).

Não se pode deixar de lado também o papel da Internet das Coisas (IoT) quando o assunto é Agro 4.0. Para Paulo Alvim, secretário de Empreendedorismo e Inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTIC), ela vai viabilizar novos produtos e serviços.

Isso porque a IoT vai atuar em conjunto com outras tecnologias “Antes, dentro e depois da porteira trazendo maior capacidade de resposta”, disse o secretário.

As tecnologias para potencializar o Agro 4.0 no Brasil

O Brasil é um dos seis polos agrícolas globais e tem a tecnologia como principal fator na fertilização do solo – 59% do crescimento do valor bruto de produção é por conta dela, de acordo com a Embrapa.

Para se ter uma ideia, o país tem potencial para alimentar 800 milhões de pessoas no mundo somente com a produção local. A expectativa é que, com mais tecnologias no agronegócio, esse número ultrapasse 1 bilhão.

Mas o uso de tecnologia não acontece só na fertilização do solo, em que ela é usada para melhorar a capacidade de produção e qualidade dos alimentos. Com o uso de 4G, por exemplo, já existe um leque de aplicações que vão ajudar a extrair dados de toda a plantação.

E quando o 5G já estiver presente no campo, os agricultores e empresas do setor terão decisões mais ágeis e alinhadas às tendências mundiais de agronegócio. Será um momento em que todos verão o uso exponencial de Inteligência Artificial e Machine Learning no campo.

“Quando tivermos o 5G em plena operação, a produção desde o manejo das sementes, a rastreabilidade, a segurança do alimento, a logística, a gestão, a sustentabilidade, tudo será mais eficiente e produtivo”, comentou Gustavo Lunardi, diretor de operações da SLC Agrícola.

O desafio, acredita José Marcos Magalhães, presidente da cooperativa Minasul, será entregar acesso e capacitação dessas tecnologias aos agricultores e produtores. “Em especial aos pequenos e médios que formam 85% da nossa cooperativa”, disse.

Ele explicou que as cooperativas do agronegócio têm a responsabilidade de formar os cooperados. “Informação sem formação não é muito útil. Por isso, mostramos o valor que a tecnologia agrega ao agronegócio e isso faz que a adesão às soluções aumente.”

Casos de usos já existentes no agronegócio brasileiro

Apesar de tecnologias como 5G, Inteligência Artificial e Machine Learning levarem ainda mais potencial para o agronegócio, a convergência digital (conectividade + tecnologia) já permite aplicações reais no campo. Confira.

– Lavouras mais produtivas: O uso inteligente de dados permite a pulverização das plantações para controle de pragas – tanto de forma terrestre quanto aérea. Por terra, uma ferramenta de georreferenciamento vai orientar o produtor a aplicar o defensivo somente nos locais em que um ataque de praga é detectado.

Enquanto isso, a pulverização aérea pode ter as falhas corrigidas em tempo real, impedindo a aplicação em áreas que não estão infectados. O resultado é que isso se torna uma solução mais sustentável ao meio ambiente.

– Negócios baseados em dados: Com conectividade, Inteligência Artificial e Machine Learning, os produtores podem coletar e armazenar dados em uma plataforma para, em tempo real, ter informações mundiais de produção, preços em bolsas de valores em vários países, além de dados orientados a negócios, aumentando a vantagem competitiva desse público.

Principais destaques desta matéria

  • Agro 4.0 exige a convergência digital entre conectividade e outras tecnologias.
  • Só no Brasil, já existem mais de 2 mil startups para fomentar a inovação no agronegócio.
  • Confira um resumo do Futurecom Digital Series, que discutiu como várias tecnologias vão trazer vantagem competitiva para o setor.


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