A construção de ecossistemas digitais que integram diferentes setores da economia e da sociedade avançou no Brasil. Em setores como saúde, varejo e indústria, a conectividade se tornou uma base para inovação, produtividade e inclusão. Laboratórios digitais, soluções omnichannel, telemedicina e iniciativas de inteligência artificial levam o país a um ambiente integrado e interconectado.
No segundo dia da Futurecom 2025, esses ecossistemas serão abordados por Conrad Riedesel, chairman of the board da Deutsche Telekom, na palestra “Conectividade e Ecossistemas Digitais: Transformando os Negócios e a Sociedade”. O evento acontecerá em São Paulo, de 30 de setembro a 2 de outubro.
Agricultura e saúde

A Amazônia ganhou seu primeiro Laboratório de Agricultura Digital em março deste ano, iniciativa que alinha conectividade a tecnologias como sensores, análise de dados e inteligência artificial para otimizar o uso da terra e aumentar a eficiência agrícola
Marcada por desafios de infraestrutura, a região passou a contar com uma rede que permite tanto a experimentação científica quanto o desenvolvimento de práticas agrícolas sustentáveis. Esse projeto ampliou a produtividade e fortaleceu a inclusão digital de comunidades rurais, que passaram a acessar serviços e informações antes distantes.
Na saúde, a telemedicina se tornou símbolo do impacto direto da conectividade na vida das pessoas. A ampliação da infraestrutura de internet em regiões periféricas e remotas permitiu a expansão de consultas virtuais, redução de deslocamentos e otimização de recursos hospitalares. Populações historicamente excluídas passaram a ter acesso a especialistas e hospitais ganharam em agilidade no diagnóstico e no acompanhamento de pacientes.
Omnichannel no varejo

O conceito de omnichannel deixou de ser tendência e passou a ser realidade no varejo. A integração total entre canais físicos e digitais permite que a experiência de compra seja contínua, independentemente do ponto de contato escolhido pelo cliente. O consumidor pode iniciar a jornada em um aplicativo, pesquisar preços no site e concluir a compra em uma loja física.
No Brasil, grandes redes varejistas investiram nessa estratégia e conectam estoques, sistemas de pagamento, logística e atendimento em uma única rede. Essa convergência melhora a conveniência do consumidor e aumenta a eficiência operacional das empresas. Os dados gerados nessa jornada também alimentam plataformas de análise e inteligência artificial, permitindo ofertas personalizadas e estratégias de marketing assertivas.
O omnichannel se insere em um ecossistema digital amplo, no qual varejistas, fintechs, marketplaces e empresas de logística se conectam para oferecer soluções integradas. Essa rede de colaboração fortalece o setor, mas também traz desafios. A consolidação do modelo depende de infraestrutura tecnológica robusta, conectividade estável e políticas claras de proteção de dados.
Desafios e oportunidades
Os centros urbanos já experimentam aplicações de 5G e inteligência artificial, mas regiões rurais e periféricas sofrem com conexões instáveis. A maior presença de sistemas interconectados aumenta a necessidade de proteção contra ataques e vazamentos. Investimentos em infraestrutura digital devem vir acompanhados de políticas robustas de segurança e capacitação profissional.
A expansão desses ecossistemas digitais depende de capital, planejamento e políticas públicas. O Governo Federal lançou uma linha de crédito de R$ 12 bilhões com foco na Indústria 4.0 com a participação da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A ação apoia programas para fortalecer startups e empresas de base tecnológica, e tem oferecido soluções inovadoras em áreas estratégicas, como conectividade 5G, inteligência artificial e plataformas digitais
O financiamento público e privado reduz desigualdades regionais. A criação de redes de inovação distribuídas descentraliza a economia digital e estimula a formação de polos