As transações contactless devem alcançar US$ 18,1 trilhões até 2030. De acordo com a Juniper Research, o valor terá um crescimento de 106%, saindo de US$ 7,7 trilhões estimados para 2025. O salto será impulsionado, sobretudo, pelos mecanismos baseados na comunicação por campo de proximidade (NFC, na sigla em inglês). A estimativa é que a bilhetagem NFC cresça 300% no período.
No entanto, a ampliação da adesão depende da interoperabilidade entre diferentes modais de transporte e operadores. Dessa forma, a tecnologia pode ter uma inserção maior no cotidiano das cidades e se consolidar como padrão de pagamento.
Outro fator que promete impulsionar o valor das transações são as carteiras digitais não-OEM, ou seja, aquelas desenvolvidas por empresas que não fabricam os dispositivos. As projeções indicam uma alta de 113% nos próximos cinco anos.
NFC como alavanca para cidades inteligentes

A bilhetagem por NFC deve saltar de 11,2 bilhões para 44,8 bilhões de transações até 2030, com destaque para os centros urbanos. O sistema permite entrada e saída em ônibus, metrôs e eventos com um único toque, o que reduz filas e melhora a experiência do usuário.
O Rock in Rio, por exemplo, já aderiu aos ingressos NFC para aqueles que tiverem essa opção habilitada no celular. Outro exemplo do uso da tecnologia é o cartão Jaé, usado nos transportes do Rio de Janeiro.
Para expandir essas aplicações, é necessário que a tecnologia funcione em diferentes setores e plataformas. Segundo a Juniper Research, a colaboração entre governos, operadores e fornecedores tecnológicos pode tornar possível um ecossistema fluido, no qual o cartão ou dispositivo pode ser utilizado para mobilidade, cultura, lazer e serviços públicos.
Ao funcionar como elo entre diferentes experiências urbanas, o NFC deixa de ser apenas um meio de pagamento e passa a representar uma camada da infraestrutura digital de uma cidade inteligente.
Carteiras digitais não-OEM
Para explicar o crescimento das carteiras digitais independentes, o estudo destaca o acesso concedido pela Apple a aplicativos de pagamento de terceiros para realizar transações por aproximação. No entanto, o analista de pesquisa da Juniper Research, Lorien Carter, avalia que esse tipo de operação ainda precisa se tornar mais atrativo para os clientes, visto que cartões e opções de pagamento do provedor, como Apple Pay, ainda são predominantes.
“Para romper o domínio arraigado das carteiras OEM, os novos provedores de pagamentos sem contato devem se diferenciar por meio de valor agregado, como recompensas de fidelidade, insights de gastos em tempo real e recursos integrados de bilhetagem digital”, sugeriu Carter.
Nesse contexto, o autor do relatório reforçou que essa diferenciação posicionaria essas carteiras digitais não-OEM como ameaças diretas aos outros sistemas.