Embora a indústria de TIC (tecnologia da informação e comunicação) seja tipicamente deflacionária, na proporção entre aumento de capacidade e de custos, a rápida expansão digital pressiona áreas como fornecimento de energia, recursos hídricos e minerais, além dos impactos sociais das mudanças.
Ao mesmo tempo, as possibilidades de integrar dados, processos e entender um alto volume de variáveis abrem caminho para alternativas mais racionais e sustentáveis nas atividades econômicas, na gestão urbana e na universalização de direitos essenciais. Esses são os eixos das apresentações de líderes da indústria, pesquisadores e startups focadas em sustentabilidade na trilha Nova Energia, no Web Summit Rio 2025.
Na sessão Impulsionando a inovação no setor de energia, Eduardo Capelastegui Saiz, CEO da Neoenergia, e João Marques da Cruz, CEO da EDP South América, explicarão como novas tecnologias, modelos de negócio e regulação evoluem tanto para melhorar a entrega aos clientes quanto para mitigação do impacto ambiental.
As particularidades da transição energética no Brasil serão o tema da apresentação Watt’s next. Marcelo Ferreira, CEO da Automa (provedora de software para o setor elétrico) deve descrever como a tecnologia acelera o desenvolvimento de energias renováveis, incluindo as inovações técnicas e nos modelos institucionais.
Mobilidade com propulsão limpa e gestão otimizada

Para discutir mudanças no ambiente urbano, Tomás Petti Martins, CEO Tembici (provedora de soluções para compartilhamento de bicicletas), e João Oliveira, CEO da Jaguar LandRover para América Latina e Caribe, falarão da eletrificação de diversas categorias de veículos, assim como dos ajustes de infraestrutura e planejamento, na sessão Micro para macro: a nova mobilidade elétrica.
Além das inovações nos meios de transporte em si, a tecnologia aplicada à racionalização da gestão será abordada na palestra Como a inovação e a conectividade estão moldando a aviação no Brasil. John Rodgerson, CEO da Azul Linhas Aéreas, descreverá como a interconexão de dados e fluxos de trabalho impacta a eficiência de uma operação com dimensões continentais.
Impactos na terra, água e ar

Na palestra O que reluz é mais que ouro na corrida global pelos minerais, Rika Nakazawa, diretora de inovação comercial da NTT e especialista em impacto nos negócios, falará sobre como novas demandas por recursos minerais geram desafios em relação ao meio ambiente, à economia e às populações das regiões.
Na sessão Capturando ou escondendo as emissões de carbono, Peter Fernandez, cofundador da Mombak, e João Bernardo Casali, presidente do Sistema B, discutirão o futuro dos mercados de carbono e como ele evolui entre empresas, reguladores e organizações na América Latina.
As oportunidades de aplicar IA e automação para atacar o déficit de saneamento, assim como o dano ambiental, serão abordadas por Adam Tank, empreendedor e palestrante focado sustentabilidade, na palestra Águas residuais: os custos ocultos da ineficiência. Ao mesmo tempo em que apontará os pontos críticos dos custos de tratamento e da infraestrutura obsoleta, Adam destacará avanços, tomando como referência iniciativas da concessionária carioca junto a comunidades como a Rocinha, que fica na região onde ocorre o Web Summit Rio.
Resgate de práticas sustentáveis
Retomada da agricultura de espécies nativas, construções com controle térmico natural e outras soluções low tech dominadas há séculos têm muito a contribuir no enfrentamento aos atuais desafios de segurança alimentar, recursos hídricos e mudanças climáticas.
Na sessão TEK not Tech: um diálogo com o futuro (um trocadilho com a sigla em inglês de Conhecimento Ecológico Tradicional), Nathalie Kelly, atriz e cientista política, e Timoteo Granzotti, cofundador da TEKnologists, irão explorar as respostas que a história e a cultura popular oferecem para resolver problemas de esgotamento ambiental e desequilíbrios sociais. A conferir.