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Bolha de IA pode estourar, alertam especialistas

2 minutos de leitura

Receita dos especialistas envolve o encontro de ponto de equilíbrio, com expectativas realistas e ROI



Por Redação em 07/05/2025

O possível estouro da bolha de IA é uma possibilidade que vem sendo levantada por várias publicações respeitáveis, caso da revista inglesa The Economist e da agência de notícias Reuters. O mesmo caminho tomou a Forbes, que diagnosticou a situação atual da tecnologia, a partir da conversa com especialistas.

Segundo tais publicações, a discussão sobre estouro ou não da bolha aponta para a necessidade de um ponto de equilíbrio, no qual seja possível extrair o máximo da IA, com segurança e promessas realistas de entrega.

Para que isso aconteça, a avaliação da Forbes indica a necessidade de pesar três fatores: a lei dos retornos decrescentes, a regulamentação e o retorno de investimento (ROI).

No primeiro caso, a IA pode não entregar as promessas na escala que muitos esperavam. A “lei” citada envolve um cenário de limite. No caso da tecnologia em si, significa que expandir o tamanho do modelo e os dados de treinamento não necessariamente produzirá avanços vistos no passado recente.

Já a regulamentação é um fator importante e deve haver uma pressão para normas mais rígidas de controle, principalmente para a IA generativa (GenAI). Alguns especialistas ouvidos pela Forbes sinalizam, inclusive, que o tema segurança deve ser o principal foco de avaliação da tecnologia em 2025.

Sustentabilidade e energia

Foto: i3d/ Shutterstock

Além da prática de IA responsável, a agenda de sustentabilidade entrou mais forte em cena, considerando que a aplicação de recursos de IA tem sido apontada como grande demandante de energia e, para ser coerente, energia renovável para alimentar os data centers que concentram o processamento.

O especialista britânico Joe Green, da Tech HQ, explica bem o desafio do ROI. Ele, inclusive, é mais ousado e arrisca a data de estouro da bolha da IA: 2027. A avaliação parte da análise financeira do segmento, mais especificamente da conversão de usuários gratuitos para pagantes.

De acordo com ele, o nível de conversão na OpenAI, a partir dos vários modelos de assinatura ofertados, seria de 0,96%. Esse número está baseado em informações da própria empresa e em dados da Reuters. Outra base de consulta, incluindo sites especializados como Sensor Tower e Similarweb, indica uma taxa de conversão maior – 2,58%.

A pressão pelo maior ROI também está no alerta da Forbes. Segundo os especialistas, o problema principal teria sido o aporte de dinheiro sem um retorno claro. A aposta inflou as expectativas a níveis insustentáveis, na conclusão da publicação.

A receita para buscar o ponto de equilíbrio – resolver desafios de poder computacional, regulação e ROI – pode ser aplicada já, inclusive pelos avanços de modelos de IA multimodais. Entre eles, os especialistas destacam os recursos de texto para vídeo, com entrega de vídeos mais longos e realistas.

O uso de aprendizagem a máquina (ML) por pessoas comuns é outro atrativo para maior adoção da IA, inclusive com assinaturas pagas. Green, citado acima, adverte que a IA tem vários casos reais que entregam eficiência e a tendência é de que o mercado se concentre nesses nichos para se manter sustentável.



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