O relatório “AI Quarterly Pulse Survey: Q2 2025”, publicado pela KPMG, revela que o estágio de experimentação com agentes de inteligência artificial (IA) deu lugar a uma nova fase, na qual ela passa a modificar o cenário competitivo das indústrias. Para o chefe de ecossistemas da KPMG, Todd Lohr, “não se trata apenas de adoção de tecnologia, trata-se de uma transformação fundamental dos negócios que exige reimaginar como o trabalho é feito e como é medido”.
Segundo a pesquisa, as principais métricas de retorno sobre investimento (ROI) apontadas por líderes são: produtividade (98%), rentabilidade (97%) e maior qualidade no trabalho (94%). Apesar da prioridade dada à inteligência artificial, apenas 8% dos líderes entrevistados acreditam que suas diretorias possuem conhecimento substancial sobre o tema.
Além disso, cresceram as preocupações com privacidade de dados (26%), questões regulatórias (13%) e qualidade organizacional de dados (7%). Esses dados apareceram em um momento no qual as empresas deixam de se perguntar se a IA vai transformar os seus negócios e passam a questionar em quanto tempo ela pode ser implantada, como defendeu Lohr.
Eficiência e receita são metas dos agentes de IA

Como a maioria das empresas respondentes já estava em uma fase mais avançada, o documento forneceu um panorama geral dos objetivos relacionados às estratégias dos agentes de IA. Quase metade dos líderes (46%) afirma ter foco igualmente dividido entre eficiência e crescimento de receita. Outros 36% priorizam a eficiência, com alguma exploração de novas oportunidades de receita. O cenário oposto, com destaque para oportunidades de receitas em detrimento da eficiência, foi indicado por 18%.
No entanto, obstáculos como falta de habilidades técnicas, resistência dos colaboradores à mudança e complexidade do sistema devem ser superados para a melhor aplicação da tecnologia. Diante desse cenário, as melhores abordagens para preparar os funcionários para trabalhar com agentes incluem:
- Oferecer treinamento em habilidades de prompt.
- Criar ambientes sandbox específicos para agentes nos quais os colaboradores possam testar e praticar interação com a IA.
- Implementar programas nos quais os funcionários observam especialistas trabalhando com agentes.
- Desenvolver diretrizes específicas para colaboração e delegação eficaz com agentes de IA.
Riscos ainda alertam líderes
À medida que as organizações avançam na integração da inteligência artificial, a confiança e a mitigação de riscos aparecem como pilares para que a adoção da tecnologia seja bem-sucedida. Líderes empresariais demonstram níveis de conforto em constante evolução com a tecnologia e adotam uma postura cautelosa na implantação.
Para 38% dos líderes, a maior preocupação é o uso indevido da IA por agentes mal-intencionados, com ameaças de cibersegurança e desinformação. Outros 37% apontam como desafio a falta de confiança na precisão e imparcialidade dos resultados gerados por IA.
Para mitigar esses riscos, 55% das empresas dão preferência à implantação de agentes de IA desenvolvidos por provedores de tecnologia considerados confiáveis. Outra medida adotada é a supervisão humana nas operações dos agentes, com 45% das menções. Uma terceira prática mencionada é que 45% dos entrevistados revelaram não permitir que agentes de IA acessem dados sensíveis sem supervisão humana.