5G Brasil Imagem gerada por Inteligência Artificial

5G acelera no Brasil e recebe novos investimentos

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Segundo estudo da IDC, a tecnologia é responsável pela melhoria na conectividade e na força de trabalho



Por Redação em 15/01/2025

Com a ampliação do 5G no país, tecnologias habilitadas pela conectividade ultrarrápida de baixa latência ganham agilidade e eficiência. Em algumas indústrias, citadas como exemplo em reportagem do jornal Valor, a eficiência operacional aumentou pelo menos 25% e o ciclo de produção caiu de 17 para 7 horas. A contagem de inventário também se tornou mais ágil.

Uma pesquisa da IDC revelou que, no Brasil, 49% das empresas investem em 5G e apostam no crescimento da tecnologia como impulsionadora de negócios. Por outro lado, 26% delas admitiram que não têm planos de implantação para os próximos 12 meses. Outras 24% não implementaram e não têm planos. A boa notícia é que gastos com redes privativas 5G no Brasil devem atingir a marca de US$ 154,5 milhões até 2028.

O levantamento mostrou que o 5G é responsável pela melhoria na conectividade e na força de trabalho (41%), e por aumentar a eficiência e a agilidade nos processos de negócios (41%). Pelo menos 35% das empresas que usam o 5G no Brasil declaram que a tecnologia permitiu ampliação de canais de atendimento a clientes, além da criação de novos produtos e serviços.

Esses dados tangíveis sobre o 5G para o setor produtivo apontam os benefícios da adesão da tecnologia. A maior parte deles está na conectividade, associada à eficiência e agilidade em processos de negócios e força de trabalho.

Aceleração do 5G e a digitalização

5G Brasil

O Governo Federal instituiu, recentemente, o plano Nova Indústria Brasileira (NIB), uma política pública que pretende estimular o desenvolvimento do setor industrial no país. A expansão do 5G é parte da missão de digitalização, que tem como meta ampliar a transformação digital em 25% das indústrias brasileiras até 2026 (em 2023 eram 18,9%). A proposta é atingir 50% do setor até 2033.

O Plano Mais Produção, braço de investimentos do NIB, estima o aporte de R$ 342 bilhões até 2026 nessa missão, com R$ 85 bilhões da iniciativa privada. O Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust) destinará R$ 4 bilhões para conectividade.

Apesar do mercado considerar esses valores não tão atraentes assim, se comparado com os R$ 34 bilhões investidos pelas teles no ano passado, o incentivo é importante para a aceleração do 5G como um todo. 

Alguns compromissos assumidos no leilão de 2021 estão sendo antecipados. A tecnologia 5G já está presente em 908 municípios, aproximadamente 70% do total nacional, com 26,6 mil estações licenciadas. Em julho (2024), o número de acessos móveis chegou a 30,9 milhões, enquanto com 4G, foram 192 milhões.

O Brasil lidera em aumento de redes privativas, com mais 8% sobre o trimestre anterior, segundo o relatório do Global Mobile Suppliers Association (GSA), do segundo trimestre do ano passado. Para Samantha Cunha, gerente de política industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI),  o 5G é a base para a digitalização, “além de ser o caminho para a produtividade e auxiliar no combate às mudanças climáticas, uma vez que as tecnologias digitais tendem a economizar recursos”.

Na prática

O uso de 5G e redes privativas pode ser notado em instituições como Einstein e Sírio-Libanês. Atualmente, ambos desenvolvem e testam aplicações como ambulâncias conectadas ao hospital com monitoramento remoto. Já no setor financeiro, os maiores investidores são o Banco do Brasil, o Itaú e o Bradesco. As instituições pretendem driblar problemas de cabeamento com adoção de soluções avançadas, como atendimento robótico, por exemplo. 

Outro setor que está começando a migrar as redes privativas do 4G para o 5G é o agronegócio. “O 5G no Brasil ainda está descobrindo suas vocações”, completou Rodrigo Marques, vice-presidente de estratégia e gestão operacional da Claro.

E exemplos existem em diversos setores da economia brasileira, como a Brasil Terminal Portuário (BTP) que passou a conectar o terminal de contêineres com rede privada, eliminando interferências comuns do Wi-Fi e ganhando mais disponibilidade. Sua capacidade, que era de 30MB, passou para 1GB, enquanto a velocidade na troca de informações caiu de 2.000 para 15 milissegundos. 

A Nestlé também está se preparando para ampliar o uso do 5G, que inicialmente era aplicado na linha de produção do chocolate Kit Kat, na fábrica de Caçapava (SP). Os novos testes incluíram veículos autoguiados para transporte entre linhas, além de óculos de realidade virtual para treinamentos. A realidade aumentada também está sendo utilizada para a verificação interativa de indicadores do processo produtivo, iniciativa que representa uma ampliação de infraestrutura para cobertura de quase 4 mil m2.

A Petrobras é outro exemplo de ampliação da tecnologia. A companhia iniciou seu percurso com 4G, com sinal privativo em 22 unidades industriais onshore e 22 plataformas de produção offshore. De acordo com Cassiano Ebert, gerente executivo de tecnologia da informação e telecomunicações da estatal, a migração para o 5G é uma espécie de “prova de conceito” com controle remoto de robôs e operações de inspeção autônoma. 

A Gerdau também evoluiu do 4G para 5G na rede privativa de sua maior planta global, em Ouro Branco (MG), com 8,3 milhões de m2. Assim como WEG, que usou sua experiência com rede privativa e laboratório 5G para formatar o portfólio de produtos e serviços para conectividade, como equipamentos que interligam rede e dispositivos.



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