O Brasil é forte candidato a aumentar sua participação no mercado global de data centers. Essa é a avaliação de Samuel Carvalho, Chief Marketing Officer da Angola Cables, em artigo para o site TI Inside. O executivo compilou vários dados que mostram a potencialidade local, a começar pela estimativa de investimentos em infraestrutura, estimados em US$ 6,5 bilhões até 2030, um salto em relação a previsões anteriores, de US$ 3,5 bilhões. Os dados são da consultoria Arizton Research.
Entre os fatores apontados para a atratividade do Brasil estariam a oferta de energia limpa renovável, principalmente pela matriz hídrica e de fontes eólica e solar. Outro ponto de atração é a localização geográfica, inclusive com a terminação de vários cabos submarinos em Fortaleza, no Ceará. O próprio impulsionamento da Inteligência Artificial (IA) é outro fator, pela demanda de computação que vai exigir.
Aliás, a ligação entre IA e demanda de energia está no mapeamento de Carvalho. Ele agrega, inclusive, os números de outra consultoria, a Oliver Wyman, como indicadores desse processo. A previsão é de que a demanda global do mercado por energia para data centers deve crescer 16% ao ano, até 2026. Lembrando que o treinamento e o funcionamento de algoritmos de IA exigem enormes capacidades de processamento e armazenamento.
Outro detalhe dos data centers que mostra a demanda por energia é o consumo por rack, que está subindo de 5 kW para até 100 kW, em algumas configurações técnicas.
A mesma consultoria citada acima destaca que a receita do setor de data centers brasileiro deve passar de US$ 1,3 bilhão, em 2023, para quase US$ 2 bilhões em 2027.
Em tempo: Carvalho também lista o perfil da indústria de data centers. De acordo com ele, os operadores podem ser empresas que possuem data centers dedicados para suas próprias operações e para oferecer serviços de nuvem e IA (hyperscales), os operadores que alugam grandes blocos de capacidade para atender clientes específicos (Wholesales) e os que comercializam partes de sua capacidade para diversos clientes corporativos, desde pequenas empresas até grandes corporações. Nesse caso, os empreendimentos são chamados de Colocation ou multi-tenant.