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Mercado de cloud entra em nova fase, segundo especialistas

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Estudos de consultoria como Gartner e Forrester indicam pressões de mudanças na nuvem



Por Redação em 09/07/2025

Várias tendências estão moldando uma nova etapa da nuvem, segundo reportagem do site The Shift. As mudanças combinadas incluem desde a pressão regulatória para implementação de iniciativas de nuvem soberana até o impulsionamento promovido pela inteligência artificial (IA) e por novos modelos setoriais.

Para os especialistas do Gartner, seis temas devem estar para quem atua no setor, sendo o primeiro deles a insatisfação com a nuvem. De acordo com o relatório da consultoria, uma em cada quatro empresas vai experimentar uma insatisfação significativa com a tecnologia até 2028.

Razões para atenção com a nuvem

Na lista de razões estão os custos descontrolados, implementação abaixo do ideal e expectativas irreais. O segredo, na avaliação da consultoria, é ter um foco estratégico inicial até 2029.

A consultoria aponta ainda cinco outros temas cruciais para a nuvem, entre eles, o aumento da demanda por IA e machine learning (ML). Falando mais concretamente: metade dos recursos de computação na nuvem até 2029 serão dedicados à carga de IA, em contraponto aos 10% atuais.

As aplicações setoriais são outra realidade. Isso significa que haverá um crescimento na oferta de soluções que abordam resultados de negócios verticais e ajudam a escalar iniciativas digitais. Nessa linha, mais de 50% das organizações usarão plataformas de nuvem setoriais para acelerar suas iniciativas de negócios até 2029, de acordo com a consultoria.  

Nuvem soberana

Imagem gerada por Inteligência Artificial

A adoção da IA, o endurecimento das regulamentações de privacidade e as tensões geopolíticas também estão impulsionando a demanda por serviços de nuvem soberana, segundo o Gartner. Em resumo: as organizações serão cada vez mais obrigadas a proteger dados, infraestrutura e cargas de trabalho críticas do controle de jurisdições externas e do acesso de governos estrangeiros.

A sustentabilidade é outra tendência mapeada pela consultoria, assim como a arquitetura multicloud. A falta de interoperabilidade de ambientes, por sua vez, é um alerta e mostra que isso pode atrasar a adoção da cloud.

Nuvem e edge: a combinação perfeita

No caso da Forrester, o relatório “Edge Meets Cloud: Scalability and Security in a New Era” enfatiza que o futuro reside na integração perfeita de edge computing e nuvem, com a meta de impulsionar a escalabilidade e segurança, superando os desafios legados e operacionais por meio de soluções unificadas.

Leia também:
Convergência entre Edge Computing e 5G gera ganhos operacionais em múltiplos setores

O documento foi baseado numa série de entrevistas com líderes setoriais, sob encomenda da Microsoft. Com base no feedback de quem está no mercado, o documento aponta que, para se atingir a integração receitada, é preciso considerar a expansão das capacidades da nuvem, fortalecimento da segurança cibernética em cenários de IA e machine learning. E mais: habilitar uma infraestrutura tecnológica integrada.

Os benefícios da unificação incluem três frentes: melhoria da experiência do cliente, fortalecimento da resiliência operacional e abordagem de iniciativas estratégicas de negócios. Falando de outra forma, os executivos entrevistados pela Forrester apontam que a fusão das soluções ajudará a reduzir a latência da rede, diminuir os custos da nuvem e facilitar a captura de dados de uma ampla gama de dispositivos edge.

Os desafios para a integração não são poucos e envolvem a falta de pessoal qualificado para gerenciar a integração de tecnologias de nuvem e edge (fator apontado por 54% dos entrevistados), conhecimento e experiência em análise em silos (51%), incapacidade de garantir a segurança em todas as implantações de nuvem e edge (49%), dificuldade em integrar as tecnologias de nuvem e edge (47%) e problemas de escalabilidade (45%).

Tendência multicloud

Assim como o Gartner, a Flexera, empresa norte-americana de software, também avaliou os desdobramentos da nuvem e listou o aumento de atenção em relação à sustentabilidade e as estratégias multicloud como tendências.  

Sobre os dois temas, a pesquisa da companhia indica que 36% das corporações já estão rastreando sua pegada de carbono em operações na nuvem. E, para 70% dos líderes entrevistados, a nuvem híbrida dá o tom, sendo que suas empresas têm pelo menos uma pública e uma privada, reforçando os dois temas no radar.

A busca de sustentabilidade não é só ambiental, como também financeira e a Flexera enfatiza a importância de otimização dos custos na nuvem (FinOps). A iniciativa continua sendo a principal preocupação do levantamento feito pela companhia.

A adoção do conceito como estrutura operacional e prática cultural está crescendo, com 59% das organizações agora tendo uma equipe de FinOps para aconselhar, gerenciar ou executar estratégias de otimização de custos na nuvem, um aumento em relação aos 51% do ano anterior.

Outra pressão acontece com a adoção de IA, especialmente a GenAI. No total, 72% das organizações já utilizam GenAI de forma extensiva ou esparsa, e outros 26% estão experimentando.

Os gastos com nuvem pública também estão aumentando, com 33% das organizações gastando mais de US$ 12 milhões por ano. Embora haja alguma repatriação de cargas de trabalho para ambientes on-premise, a migração contínua e as novas cargas de trabalho na nuvem superam as saídas, indicando mais uma tendência.



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