milissegundos 5g

Milissegundos valem dinheiro para indústrias e operadoras

2 minutos de leitura

Vantagens de velocidade e de qualidade de serviço do 5G ganham sentido operacional e financeiro com aproximação da computação aos pontos de consumo dos serviços



Por Redação em 11/10/2023

Um e-mail enviado ao vizinho sai da sua rede local, vai pela banda larga até a operadora, passa pela rede de servidores (em um ou mais datacenters) e percorre todo o caminho de conexão ao destinatário. O ônus em performance e custo dessa rota é marginal e não compromete o objetivo da aplicação. 

Já na interconexão em esteiras de manufatura, centros cirúrgicos ou sistemas de transporte, em que a velocidade do enlace e a qualidade de serviço do 5G mostram ao que vieram, a “inteligência” também tem de estar pertinho, para fechar o ciclo do tempo de resposta. “O 5G não faz sentido sem edge computing. E vice-versa”, resumiu Cristiano Moreira, gerente de produtos da Embratel. Ele participou do painel sobre o impacto do 5G na distribuição dos datacenters durante o Futurecom 2023.

Milissegundos do 5G e edge

Enquanto as nuvens e os grandes datacenters corporativos continuam a ser as locomotivas das transformações como IA e indústria 4.0, a arquitetura de edge computing (computação na borda) permite uma distribuição da execução dos serviços.

Moreira apresentou uma estimativa de que a latência em um acesso à nuvem pública chega a 80 milissegundos. Caso o servidor esteja próximo ao núcleo da rede da operadora, fica em 20 ms. Com edge, varia entre 1 a 5 ms. “Quando uma aplicação de IA precisa de inferências em tempo real, se migra processamento para a borda e o treinamento continua na nuvem”, exemplificou.

Diego Julidori, gerente senior de marketing de produtos Equinix, lembrou que a premissa de baixa latência já era comum nas mesas de operações financeiras (high frequence trading), onde qualquer atraso em uma transação pode representar fechamento de oportunidades ou perdas. “Aprendemos que milissegundos valem dinheiro”, disse. Ele também lembrou que com conteúdo estático, os provedores de serviços (ISPs e operadoras) já usam abordagens descentralizadas de distribuição. “Já há ecossistemas locais em operação. Com edge, esses provedores podem ampliar os serviços executados em seus datacenters”, observou.

Leia também:

Virada de chave do 5G precisa acontecer

IA e 5G ajudam a salvar vidas em São Paulo

Em relação aos desafios da computação de borda, o gerente da Equinix esclareceu que o processamento descentralizado está longe de ser um retorno à arquitetura cliente/servidor, que tinha ônus do gerenciamento descentralizado. “Mesmo a infraestrutura física tem de ser entregue na velocidade do software”, afirmou. Ou seja, embora as máquinas sejam distribuídas, é na nuvem que se definem as funcionalidades, configurações e políticas.

Outro ponto de atenção para o ecossistema – provedores, integradores, operadoras e indústrias – é identificar os focos de retorno de investimento. “Não se vai colocar edge computing em tudo que é lugar. Não se paga. Hoje, buscamos entender demandas, trabalhar com parceiros e chegar a um ponto de equilíbrio”, disse Julidori.

Moreira, da Embratel, explicou que nos datacenters distribuídos, nas centrais mais próximas aos clientes, as práticas de automação e compartilhamento de recursos de nuvens privativas podem aumentar a eficiência operacional e a competitividade. “O custo pode baixar quando há sobra de capacidade no datacenter”, especulou. “O retorno está na orquestração da demanda com a infraestrutura da rede”, definiu.



Matérias relacionadas

investimento em IA Estratégia

Investimentos em IA crescem com agendas convergentes de empresas e governos

Com aportes bilionários, Alibaba Cloud e governo brasileiro apostam na inteligência artificial para otimizar serviços e promover melhorias nos setores público e privado

self-checkout Estratégia

Self-checkout deve envolver cada vez mais IA para reduzir perdas

Preferência por autoatendimento no varejo faz com que empresas invistam cada vez mais em tecnologias capazes de identificar e eliminar furtos na jornada de compra

julgamento ético Estratégia

OCDE não recomenda uso de IA em julgamento ético e raciocínio crítico

Relatório aponta que ferramentas não atingem nível de desempenho humano nessas duas capacidades

aulas IA generativa Estratégia

IA Generativa transforma experiência de docentes e alunos em sala de aula

Novo assistente para professores, utilizado pela Somos Educação, otimiza a rotina e impulsiona o ensino básico no Brasil

    Embratel agora é Claro empresas Saiba mais