A Inteligência Artificial (IA) deixou de ser um “luxo tecnológico” nas empresas brasileiras. Segundo o estudo “Panorama Lideranças 2025”, da Amcham Brasil, a tecnologia se tornou um dos pilares de desempenho empresarial, ultrapassando o status de diferencial técnico. A pesquisa ouviu 765 executivos, dos quais 44% ocupam cargos de alta liderança e 82% representam meios de comunicação e grandes empresas que, juntas, somam 939 mil colaboradores. O levantamento traçou um panorama das prioridades e desafios que vão moldar o perfil das lideranças nos próximos anos.
Para os entrevistados, a IA se tornou uma ferramenta necessária para a tomada de decisões estratégicas, antecipação de riscos e recomendação de ações baseadas em dados concretos. Quando questionados sobre como a IA pode melhorar a capacidade decisória dos líderes, os executivos mostraram que a tecnologia não é mais vista apenas como um suporte operacional pela liderança:
- 69% apontam a IA como fundamental para traduzir grandes volumes de dados em insights práticos.
- 61% consideram a tecnologia crucial para antecipar riscos e gargalos operacionais.
- 55% veem valor no uso da IA para recomendar ações com base no desempenho.
- 41% usariam a tecnologia para acompanhar a execução da estratégia em tempo real.
- 30% acreditam que a ferramenta pode avaliar os resultados das decisões sobre stakeholders e identificar fatores que afetam o engajamento e o clima organizacional.
A pesquisa revelou que a IA é considerada um elemento decisivo para o planejamento estratégico, a otimização dos negócios e a formação de uma liderança mais informada e proativa.
IA como habilidade técnica do futuro

Uma pesquisa da Amcham também abordou o desafio do uso da inteligência artificial como uma “Hard Skill”, considerada uma das mais desejadas para as lideranças do futuro. Pelo menos 51% dos executivos desejam que essa habilidade esteja presente no perfil do líder ideal. No entanto, a realidade é distinta: apenas 17% afirmam que o “uso de IA” faz parte do estilo de liderança atual.
Segundo o estudo, essa distância de 34 pontos percentuais revela uma lacuna que precisa ser enfrentada. Para a liderança, dominar a IA significa não apenas entender a tecnologia, mas ser capaz de traduzir dados em insights acionáveis, conectar a ferramenta às decisões com impacto direto no negócio, utilizar modelos de IA para prever riscos, melhorar operações e tomar decisões baseadas em dados reais.
O levantamento também sinaliza uma mudança de paradigma: o líder dos próximos anos precisa ser menos operacional e mais focado em visão estratégica, análise de dados e desenvolvimento de pessoas. A transição para um perfil de liderança mais integrador e sistêmico será impulsionada, em grande parte, pela habilidade de utilizar dados e tecnologia de forma eficaz.
Nova liderança
Uma pesquisa da Amcham também reforçou que o desenvolvimento de líderes e a modernização tecnológica caminham juntos. “Desenvolver líderes e equipes” é a principal prioridade para empresas que buscam alto desempenho, citada por 69% dos entrevistados. Logo em seguida, com 57%, está a “Modernização de processos e tecnologias”. Segundo o estudo, essa conexão indica que a preparação das lideranças e a adoção de inovações tecnológicas são fatores indissociáveis para contribuir com o desempenho organizacional.