Após duas décadas de pesquisa, a Microsoft anunciou a criação de um novo estado da matéria, abrindo caminho para o desenvolvimento de computadores quânticos. Essa descoberta, que representa uma quarta fase da existência física (além dos estados sólido, líquido e gasoso), era considerada impossível por especialistas e foi detalhada em um artigo publicado na revista Nature.
De acordo com uma reportagem do Correio Braziliense, os cientistas afirmam que a criação de um novo tipo de qubit (unidade fundamental da informação quântica) foi realizada em um novo chip de computador, que opera a uma temperatura extremamente baixa. Segundo o New York Times, notou-se que a descoberta “se comporta de maneiras incomuns e poderosas, e que a Microsoft acredita que permitirão resolver problemas tecnológicos, matemáticos e científicos que as máquinas clássicas nunca conseguiram”.

Recentemente, o Google também apresentou um chip quântico experimental. Segundo a empresa, ele possui poder computacional suficiente para realizar, em apenas cinco minutos, um cálculo que supercomputadores levariam pelo menos 10 septilhões de anos para finalizar. Desde 1980, a computação quântica tem sido estudada, primeiramente por Paul Benioff, e, um pouco mais tarde, em 1985, David Deutsch elaborou o conceito da máquina de Turing quântica, estabelecendo as bases teóricas da computação quântica. A ideia central da teoria é acelerar o desenvolvimento das máquinas, proporcionando melhorias em áreas que vão desde inteligência artificial até medicamentos, por exemplo.
Computação quântica na prática
A corrida pelo pioneirismo dos computadores quânticos é tratada como prioridade por grandes empresas de tecnologia. O New York Times acredita que os avanços nessa área implicarão em ações geopolíticas, impactando áreas de tecnologia e ciência. “Além de acelerar o progresso em muitos campos tecnológicos e científicos, um computador quântico poderia ser poderoso o suficiente para quebrar a criptografia que protege segredos nacionais”, relatou o jornal. A China revelou que investiu cerca de US$ 15,2 bilhões na tecnologia. Por outro lado, a União Europeia declarou investimentos na ordem de US$ 7,2 bilhões no desenvolvimento de computação quântica.