IoT Brasil Imagem gerada por Inteligência Artificial

Brasil pode triplicar número de dispositivos IoT até 2030

2 minutos de leitura

Estudo revela que políticas fiscais podem impulsionar o crescimento da Internet das Coisas no país



Por Redação em 27/05/2025

O estudo “Promoção da Competitividade do Ecossistema de IoT no Brasil” mostrou a probabilidade de o Brasil atingir a marca de 118,4 milhões de dispositivos de Internet das Coisas (IoT) em operação até 2030, e isso foi atrelado à política de desoneração tributária prevista na Lei nº 14.108/2020. Publicado por Agostinho Linhares e Leonardo Euler de Morais, do IPE Digital, o documento também apontou um aumento de 43,75% na demanda por IoT entre 2021 e 2025.

Linhares e Morais atribuem esse crescimento à vigência do regime fiscal atual, que já resultou na ativação de 9 milhões de dispositivos no período. Para eles, sem a extensão da política, o número máximo de dispositivos no país em 2030 seria de 44,7 milhões, ou seja, quase um terço do potencial esperado.

“A transformação digital envolve, necessariamente, a adequação tributária. No ecossistema de IoT, essa adequação é sinônimo de estímulo à inovação e ganho de produtividade”, afirmou Morais em entrevista ao TeleSíntese.

IoT no Brasil e as políticas públicas

IoT Brasil
Imagem: Adobe Stock/ gerada por IA

O estudo revela que a Lei nº 14.108/2020 (válida até 31 de dezembro de 2025) gerou R$ 2,57 bilhões em arrecadação adicional entre os anos de 2021 e 2025, um valor 3,3 vezes maior do que a renúncia fiscal concedida no mesmo período. A lei corrigiu distorções tributárias na cadeia de valor do IoT, isentando taxas de TFI, TFF, CFRP e Condecine para dispositivos máquina-a-máquina (M2M). A arrecadação indireta inclui tributos como ICMS, ISS, IPI, FUST, FUNTTEL e PIS/Cofins, que são recolhidos em todas as etapas da cadeia produtiva e comercial da tecnologia IoT.

“A racionalização favorece a otimização fiscal — menos distorções, mais eficiência”, afirmou Morais. Para ele, a Lei demonstrou que a “adequação tributária é possível, e seus efeitos são positivos e mensuráveis, inclusive sob a ótica fiscal”.

Apesar do avanço no cenário brasileiro, o estudo aponta que o Brasil ainda está atrás de países como Coréia do Sul, Estados Unidos e Alemanha em número de dispositivos por habitante. Uma das alternativas para garantir previsibilidade e equiparar o país aos padrões globais é a adoção de uma política fiscal perene. Países como EUA, Japão e Alemanha já demonstraram essa abordagem ao implementar incentivos permanentes para tecnologias emergentes.

“Promover a competitividade do ecossistema de IoT no Brasil é essencial para impulsionar a transformação digital e a inovação. A descontinuidade da racionalidade tributária será prejudicial não apenas para o setor de telecomunicações, mas principalmente para a competitividade dos produtos brasileiros”, justificou Linhares.

Como recomendação, o estudo sugere a prorrogação ou institucionalização permanente da política fiscal vigente, na tentativa de garantir estabilidade tanto para os investidores quanto para os desenvolvedores. O levantamento ainda indica que 2025 será um ano decisivo para o futuro do ecossistema brasileiro de IoT, e que tudo está atrelado às decisões políticas sobre a desoneração fiscal. “O país pode ampliar sua base instalada de dispositivos conectados e acelerar o uso de soluções em áreas como agronegócio, cidades inteligentes, saúde e indústria 4.0”, sugere o estudo.



Matérias relacionadas

Da esquerda para a direita: Paula Maia, Maria Teresa Lima, Mauro Periquito, Ellen Gonçalves e Evair Gallardo. Painel Mobilidade Urbana: Infraestrutura, legislação e segurança no Futurecom 2025 Conectividade

Infraestrutura digital deixa de ser gargalo para smart cities

Conectividade abre espaço para cidades inteligentes e uso intensivo de dados no Brasil, que já tem 5G em 1500 cidades

Painel de discussão no evento Futurecom 2025 sobre redes privativas, conectividade B2B e tecnologias de redes para o futuro do setor de telecomunicações. Conectividade

Redes privativas 5G vão de mídias às indústrias e siderurgias

Combinadas com computação de borda, inteligência artificial e rede pública, tecnologia tem ampliado experiências da produção de chocolates à transmissão de futebol

Painel de discussão sobre a expansão da fibra óptica no Brasil no Futurecom 2025, com vários especialistas e painel de monitoramento exibido ao fundo. Conectividade

Fibra óptica tornou a conectividade uma commodity, dizem especialistas

Para crescer no acesso, operadoras devem investir em novos serviços além de telecom, atuando como hub digital

Conectividade IoT e IA em cidades inteligentes promovendo segurança, vigilância e inovação tecnológica com proteção à privacidade. Conectividade

Conectividade e proteção à privacidade habilitam Cidades Inteligentes com IoT e IA

Dispositivos de sensoriamento e automação impactam governança e qualidade de vida urbana, com infraestrutura de alto desempenho e segurança

    Embratel agora é Claro empresas Saiba mais