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Tecnologia é alternativa para entraves logísticos no Brasil

3 minutos de leitura

Avanços em sistemas de informação podem otimizar rotas, reduzir custos e tornar cadeias de suprimento mais eficientes, apesar de cortes no orçamento e infraestrutura precária



Por Redação em 30/05/2025

O Brasil segue buscando saídas para entraves logísticos que envolvem a redução de R$ 1,6 bilhão nos investimentos federais para o setor de transportes em 2025, além das rodovias em más condições e falta de caminhoneiros. Diante desse cenário, a adoção de tecnologias da informação se consolida como uma ferramenta estratégica para driblar obstáculos, melhorar a eficiência das operações e manter a competitividade econômica.

A tecnologia da informação aplicada à logística permite desde o rastreamento em tempo real até a automatização de processos e a gestão inteligente de estoques e rotas. Em um país onde mais de dois terços da malha rodoviária apresenta condições insatisfatórias, soluções digitais ganham protagonismo como aliadas para racionalizar o uso de recursos, reduzir desperdícios e garantir entregas mais ágeis e seguras.

Como noticiado pelo Valor Econômico, a Associação Brasileira de Logística (Abralog) estimou que a tecnologia é responsável por promover a redução de custos logísticos em 20%, bem como o tempo entre a recepção e a entrega das mercadorias. Sendo assim, o uso dela beneficiaria o setor que sofre com três principais gargalos: (1) desafios do transporte rodoviário e da infraestrutura, (2) custos elevados no transporte de cargas e (3) insuficiência no número de caminhoneiros.

Infraestrutura rodoviária obsoleta concentra investimentos

Imagem gerada por Inteligência Artificial

Embora 88,2% dos recursos federais estejam destinados ao modal rodoviário, conforme o PLOA 2025, a precariedade das estradas – marcada por trechos com pavimentação insatisfatória, falta de sinalização e deficiências estruturais – ainda compromete a eficiência logística no país. Para enfrentar esse desafio, empresas têm apostado nos sistemas de gerenciamento de transporte (TMS) para otimizar rotas, reduzir custos e aumentar a previsibilidade das entregas.

De acordo com a Pesquisa CNT de Rodovias 2024, dos 111.853 quilômetros de rodovias brasileiras analisadas, 75.039 km, ou 67% da malha, são classificados como regular, ruim ou péssimo. 

Os dados evidenciam um investimento insuficiente, cujas consequências recaem tanto sobre os motoristas, que arcam com custos mais altos de manutenção dos veículos, quanto sobre a cadeia produtiva, que enfrenta maior ineficiência no transporte de cargas e perda de competitividade econômica.

Custos operacionais sobem com o fim da desoneração da folha

A elevação nos custos de transporte é outro gargalo estrutural. O fim da desoneração da folha de pagamento deve impactar diretamente o setor de transporte rodoviário de cargas, com uma projeção de alta acumulada de quase 5% nos custos até 2028. A estimativa é de que, caso os custos não sejam integralmente repassados aos clientes, os lucros das organizações reduzam em até 30%.

Além disso, estima-se que 1,184 bilhão de litros de diesel foram desperdiçados devido ao estado do pavimento da pista ser considerado regular, ruim ou péssimo. Isso indica que houve um consumo excessivo de combustível, responsável por adicionar um custo de R$ 6,81 bilhões ao setor. O valor gasto seria suficiente para o investimento em alternativas mais sustentáveis, como a aquisição de 5.471 caminhões movidos a biometano ou 6.707 caminhões da última fase Proconve P-8. O montante também poderia ser designado para recuperar 144 mil hectares de floresta ou para produzir 2,09 milhões de toneladas de diesel verde.

Falta de motoristas pressiona eficiência logística

A escassez de caminhoneiros motivada por longas jornadas, baixa remuneração, insegurança e infraestrutura deficiente também se consolida como um desafio logístico. Com menos profissionais dispostos a atuar nas estradas, o país pode enfrentar atrasos nas entregas, elevação nos custos de frete e perda de eficiência na cadeia logística. Nesse sentido, fazer uma gestão mais eficiente das rotas e frotas, com o apoio de tecnologias de georreferenciamento e big data analytics pode mitigar prejuízos.

Na esfera política, como forma de solucionar os problemas apresentados, a CNT defende a ampliação do investimento público através da defesa da aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 1/2021 (PEC da Infraestrutura) que “propõe que pelo menos 70% dos recursos arrecadados com outorgas onerosas relativas a serviços e obras de transporte sejam reinvestidos no próprio setor”. 

A outra sugestão diz respeito a “inclusão das despesas com adequação, construção, manutenção e recuperação de rodovias”.

Por fim, a confederação recomenda “aplicar integralmente os recursos da Cide-combustíveis em infraestruturas de transporte e excluí-los da base de incidência da Desvinculação de Receitas da União (DRUs)”.



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