Com a demanda crescente por conectividade, o Brasil busca soluções para levar internet a todas as regiões do país. A meta de alcançar a inclusão digital, no entanto, enfrenta barreiras geográficas e econômicas. Nesse contexto, duas tecnologias se destacam: a fibra óptica e os satélites de órbita baixa, conhecidos como LEO (Low Earth Orbit). Longe de serem concorrentes, elas se apresentam como complementares na expansão do acesso.
Segundo análise de Arthur Demarco Neto, engenheiro de aplicação da Lightera, publicada no site Teletime, a fibra óptica continua sendo a espinha dorsal das telecomunicações. Com baixa latência, alta velocidade e confiabilidade, a tecnologia FTTH (Fiber to the Home) se consolidou como a principal escolha em áreas urbanas e, cada vez mais, em centros menores. A expansão da fibra foi impulsionada pela redução de custos e por soluções inovadoras que permitiram aos provedores de internet levar o sinal a mais residências de forma eficiente.
Ainda assim, a fibra óptica não alcança todos os lugares. Terrenos acidentados, florestas densas e ilhas remotas dificultam a instalação da infraestrutura. É nesse ponto que os satélites LEO ganham relevância. Com uma latência superior à dos satélites tradicionais, eles são capazes de conectar áreas de difícil acesso e locais em movimento, como aviões e navios. De acordo com a Anatel, mais de 360 mil assinantes utilizam redes LEO no Brasil.
Conexão complementar
A combinação das duas tecnologias é a chave para o avanço da inclusão digital. Segundo o Teletime, é possível usar o link satelital para levar o sinal a uma região isolada, onde ele pode então ser distribuído internamente com o uso da fibra óptica. A sinergia cria um ecossistema de conectividade robusto e flexível, capaz de superar as barreiras físicas e econômicas.
Na prática, enquanto a fibra óptica garante a melhor experiência em áreas com infraestrutura, os satélites LEO preenchem as lacunas, expandindo o alcance da conectividade para localidades ainda desconectadas.