O network slicing permite uma divisão da rede em segmentos independentes, cada um configurado com velocidade, latência, segurança e capacidade específicas conforme a aplicação. Essa funcionalidade do 5G é estratégica para setores como manufatura, entretenimento, saúde e segurança pública. A Ericsson lidera casos de uso dessa tecnologia em escala internacional.
Ao permitir que uma mesma infraestrutura opere diferentes serviços de forma isolada, o network slicing rompeu com o paradigma das redes móveis tradicionais voltadas ao consumo pessoal. Em entrevista ao Podcast Próximo Nível, conduzida pelo jornalista Luiz Gustavo Pacete, em parceria com a Claro empresas, Murilo Barbosa, vice-presidente da Ericsson, contou que essa mudança reposiciona a conectividade como um componente estratégico das operações empresariais.
Exemplos práticos
Na Coreia do Sul, a Ericsson participa de uma smart factory de eletrônicos em que diferentes slices operam simultaneamente com finalidades distintas. Um deles sustenta um gêmeo digital que replica a linha produtiva com fidelidade suficiente para simulações e manutenção preditiva, outro dá suporte a câmeras industriais de alta resolução utilizadas em inspeções automatizadas, enquanto um terceiro gerencia a comunicação com robôs e sensores distribuídos pela planta.
Com o uso do gêmeo digital, a redução de downtime, período em que a fábrica deixaria de produzir devido a alguma intercorrência, chegou a aproximadamente 30%. A precisão na detecção de falhas nas inspeções automatizadas atingiu índices superiores a 95%. “Como tudo foi testado previamente no ambiente virtual com o gêmeo digital, isso evitou as paralisações que ocorriam sistematicamente na linha de produção. O processo ficou mais preciso”, comentou Barbosa.
A atuação da empresa em serviços críticos também demonstrou o potencial do slicing como ferramenta de segurança pública e saúde. Nos Estados Unidos, operadoras oferecem fatias de rede exclusivas para equipes de emergência, o que garante prioridade de tráfego em situações de congestionamento de rede. Essa implementação permite que ambulâncias transmitam exames, vídeos e sinais vitais em tempo real diretamente para o hospital e possibilita que médicos tomem decisões antes da chegada do paciente.
Potencializando o slicing
O network slicing opera junto à computação em nuvem e à inteligência artificial generativa. A IA permite que a rede responda em tempo real às demandas específicas de cada fatia, ajustando latência, priorização e largura de banda conforme o nível crítico da aplicação. A rede passa a operar como um organismo adaptável preparado para aplicações em grande escala.
Barbosa comentou que a maior barreira para essa expansão tecnológica não é de recursos, e sim de ecossistemas. O slicing só atinge seu potencial quando há maturidade no conjunto de dispositivos, softwares, integrações, modelos de negócio e processos internos das empresas. “O ecossistema dele tem que falar com o meu ecossistema e vice-versa. A nossa proposta é fazer essa orquestra juntos”, pontuou.
Acompanhe o episódio completo do podcast Próximo Nível, conduzido por Luiz Gustavo Pacete, e entenda como a Ericsson está modernizando a conectividade empresarial com o network slicing.
