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Especialistas alertam para a deficiência na formação de profissionais de cibersegurança

2 minutos de leitura

Desalinhamento entre formação acadêmica e realidade de mercado indica necessidade de melhorias de habilidades



Por Redação em 15/05/2025

A escassez de mão de obra qualificada em áreas de tecnologia da informação (TI) está mexendo nas políticas de retenção de talentos. De acordo com a consultoria Rooby, além do aumento do salário nominal, algumas companhias estão revisando seus planos e adotando incentivos e benefícios adicionais. 

Esse movimento explica, em particular, os salários de profissionais de cibersegurança, que chegam a R$ 25 mil, combinados com a possibilidade de trabalho remoto. São especialistas com perfil bastante especializado em áreas como inteligência de ameaças e segurança na nuvem, respectivamente conhecidas internacionalmente como threat intelligence e cloud security. 

Na avaliação da consultoria, os profissionais na mira de contratação e retenção também precisam conhecer cenários complexos, ou seja, entender o desdobramento de suas atividades nas áreas de negócios. Outra habilidade requisitada é a capacidade de engajar e liderar equipes em ambientes desafiadores. 

Esses novos requisitos, igualmente, são uma complementação necessária à exigência dupla de conhecimento técnico e de um histórico acadêmico impecável. 

O complicador é que o país não estaria formando academicamente – como deveria – os profissionais de cibersegurança com o perfil complexo pedido pelo mercado. 

Falta de profissionais de cibersegurança é grave

Os dados são do jornal Valor e têm como base outro estudo da Rooby. De acordo com a publicação, 80% dos gestores de TI ouvidos em um levantamento recente indicam que o problema é grave. 

Metade deles avalia que as universidades não preparam adequadamente os especialistas nessa área e outros 30% acreditam que o preparo é mínimo. 

O levantamento também traça um diagnóstico do problema, apontando a principal causa da avaliação ruim: o desalinhamento entre o que é ensinado na academia com o que o mercado de cibersegurança pede na prática. 

Entre as habilidades que demandam mais atenção na necessidade de alinhamento estão a inteligência artificial (IA), aprendizado de máquina (ML) e segurança na nuvem. A chamada arquitetura de zero trust, aplicada na restrição de acesso aos sistemas, é outra área que deve ser melhorada. 

RH e liderança devem se envolver na contratação e retenção de talentos

Na indicação de iniciativas para melhorar o cenário, a consultoria aconselha um trabalho conjunto da alta liderança (C-level) e do RH, ultrapassando o nível técnico de gestão. A medida teria objetivo de garantir a contratação e retenção de talentos certos para operações críticas. 

As iniciativas poderiam melhorar a dificuldade de encontrar profissionais qualificados em segurança da informação, um problema comum para 56% dos entrevistados na pesquisa da Rooby. 

De acordo com o Valor, o levantamento ouviu 208 gestores de TI no Brasil, sendo que três em cada cinco são gerentes. Um quarto dos entrevistados trabalha em grandes empresas, com mais de 5 mil colaboradores. Entre os consultados, 34% lideram equipes com mais de 15 funcionários.

Em tempo: a escassez de profissionais de cibersegurança é global. Em 2024, houve uma desaceleração no setor e o déficit mundial teria chegado aos 4,8 milhões de especialistas necessários para atender às corporações. A falta de orçamento e de habilidades seria o principal ponto de atenção do setor em nível global. 



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