Em um país de dimensões continentais, a conectividade é mais do que suporte técnico — é o motor da eficiência, inovação e competitividade. Essa foi a principal mensagem do painel “Sem rede, sem Brasil: a base invisível do país”, com representantes de duas instituições centenárias e estratégicas: Banco do Brasil e Correios.
Ambas reforçaram que redes resilientes, seguras e de alta performance são fundamentais para escalar operações, viabilizar tecnologias emergentes e responder à crescente digitalização do mercado.
Banco do Brasil: conectividade para o mundo “figital”
No Banco do Brasil, a estratégia “figital” — conceito criado por Silvio Meira para descrever a fusão entre físico e digital — depende de uma infraestrutura robusta e onipresente. É o que sustenta tanto o super app, que centraliza serviços bancários, de investimento e pagamentos, quanto os 21 mil dispositivos conectados em agências e pontos de atendimento.
Essa malha digital suporta até 50 mil transações Pix por minuto — em março de 2025, o volume total movimentado pelo BB via Pix chegou a R$ 500 bilhões.
A conectividade também alimenta o pipeline de dados do banco, que permite oferecer produtos no momento exato da necessidade. Um exemplo é a oferta de seguro-viagem no instante da compra de passagens, disponível tanto no app quanto em agências físicas. “Se a gente perde o timing do cliente, perde o negócio”, explica Paulo André Rocha Alves, CTO do BB.
No agronegócio, o Banco do Brasil investe em imagens de satélite e inteligência artificial para monitorar plantações e reduzir o uso de insumos. Isso gera eficiência, diminui emissões de carbono e facilita o acesso ao crédito rural, consolidando a conectividade como alavanca de expansão do setor.
Com R$ 40 milhões investidos em tecnologia, o BB se prepara para a chegada do Drex — a moeda digital do Banco Central baseada em blockchain, prevista para 2026. Um dos usos mais promissores será a tokenização de ativos reais, como fazendas, permitindo que pequenas frações desses ativos sirvam como garantia para crédito rural. A operação exigirá redes rápidas, seguras e amplamente distribuídas.
Correios: tecnologia para entregar em todo o Brasil
Do outro lado dessa revolução conectada estão os Correios. Com presença nos mais de 5 mil municípios brasileiros, a estatal aposta em redes SD-WAN para separar tráfego operacional do comercial, reduzindo custos de banda e aumentando a eficiência.
A SD-WAN cria uma sobreposição virtual que integra diferentes tecnologias (MPLS, satélite, 4G, 5G), permite controle centralizado e prioriza aplicações críticas. O resultado é uma infraestrutura mais moderna, escalável e resiliente — essencial para a transformação digital da empresa.
A conectividade 5G é outro pilar dessa fase dos Correios. Ao conectar carteiros em tempo real com os sistemas da empresa, a estatal ganha agilidade na atualização de entregas, confirmações com assinatura digital e envio de ocorrências — mesmo em movimento.
O crescimento do e-commerce na pandemia — com salto de 1 milhão para 5 milhões de entregas diárias — levou os Correios a criarem um marketplace próprio. A estratégia inclui também o lançamento de uma linha logística voltada ao agronegócio, conectando produtores e apoiando a gestão de insumos no campo.
A estatal também testa redes 5G privativas em substituição ao Wi-Fi em centros de triagem. O objetivo é permitir automação, alocação dinâmica de equipes e uso de IoT, inaugurando o conceito de edge computing na operação logística. Com isso, espera-se reduzir custos e acelerar a movimentação de cargas.
Claro empresas: conectividade como serviço estratégico
Todo esse ecossistema só é possível com apoio de players como a Claro empresas, que oferece uma plataforma única de conectividade para grandes e médias corporações. A operadora garante performance de missão crítica, suporte a operações de IoT e atualização tecnológica contínua.
Gustavo Busse, Gerente de Produtos de Dados da Claro empresas, lembra ainda que a companhia — herdeira da Embratel — tem papel pioneiro na história das telecomunicações no Brasil, com o primeiro link de internet do país e o lançamento do primeiro satélite nacional, em 1985.
“Tudo começa pela conectividade: garantir acesso à rede é o primeiro passo. Com a transformação digital das empresas, vimos uma aceleração no uso de novas tecnologias para atender às demandas do mercado. Um bom exemplo é o crescimento do SD-WAN, que diminui a dependência de redes baseadas em hardware. Outro destaque é o avanço do 5G, que trouxe muito mais banda e confiabilidade para as comunicações sem fio, abrindo espaço para novas aplicações. E não podemos esquecer do edge computing, que ajuda a reduzir a latência, diminui a necessidade de largura de banda e melhora a performance de aplicações críticas.”, destaca Busse.