Os centros urbanos passaram a integrar conectividade, sensores, inteligência artificial, câmeras inteligentes e plataformas de gestão capazes de processar dados em tempo real. Esse ecossistema tecnológico define as chamadas cidades inteligentes, em que mobilidade, segurança e saúde pública utilizam inovações digitais para oferecer serviços de maior eficiência e sustentabilidade.
Cidades inteligentes funcionam com base na coleta e uso de dados para orientar serviços públicos e facilitar o dia a dia da população. Os avanços em conectividade e IA começaram a se materializar em serviços como veículos autônomos, drones para monitoramento de vias e entrega de insumos médicos, e sistemas de coleta de resíduos orientados por sensores.
No segundo dia da Futurecom 2025, conectividade e soluções digitais serão tópicos abordados por Conrad Riedesel, chairman of the board na Deutsche Telekom, na palestra “Conectividade e Ecossistemas Digitais: Transformando os Negócios e a Sociedade”. O evento acontecerá em São Paulo, de 30 de setembro a 2 de outubro.
Avanço do 5G

O 5G é a base das cidades inteligentes. Com latências próximas de 1 milissegundo e capacidade para conectar milhões de dispositivos por quilômetro quadrado, essa tecnologia abre espaço para aplicações urbanas até então inviáveis.
Semáforos que se ajustam automaticamente ao fluxo de veículos, câmeras de monitoramento que enviam imagens para análise instantânea, postes de iluminação que reduzem consumo ao detectar movimento e contêineres de lixo que avisam quando estão cheios são alguns exemplos de como o 5G transforma a gestão urbana.
A construção de redes de alta densidade demanda investimentos robustos, planejamento e atenção à segurança cibernética, já que o fluxo massivo de dados exige proteção para garantir a confiança da população. A implementação dessas técnicas deve alcançar não apenas áreas centrais, mas também periferias e zonas rurais.
Serviços públicos
A segurança é apoiada por câmeras de alta resolução conectadas a plataformas de análise em tempo real. Esses sistemas identificam situações de risco, enviam alertas imediatos e até acionam automaticamente equipes de resposta
Além disso, drones podem ser utilizados para monitorar áreas de difícil acesso ou inspecionar infraestrutura urbana, como pontes e rodovias. No campo da saúde, a conectividade viabiliza ambulâncias capazes de transmitir dados do paciente ao hospital ainda durante o deslocamento, o que agiliza atendimentos de emergência.
IA na mobilidade

A gestão eficiente do trânsito nas cidades inteligentes depende de dados, e a ausência deles pode comprometer desde o planejamento de semáforos até respostas emergenciais. Um estudo da Shandong Technology and Business University mostrou como a inteligência artificial pode preencher lacunas em bases de tráfego com redes neurais gráficas e modelos generativos.
Ao corrigir falhas em tempo real, sistemas de IA podem prever congestionamentos, otimizar rotas de transporte público e até reduzir emissões de poluentes. Técnicas projetadas para funcionar em dispositivos de borda tornam o processo viável sem sobrecarregar a infraestrutura digital.
A inclusão digital é fundamental para a consolidação das cidades inteligentes. Em 2023, 84% dos brasileiros estavam conectados à internet, mas 29 milhões de pessoas ainda permaneciam fora dessa realidade, principalmente em regiões distantes dos grandes centros e em zonas rurais