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Com pessoas e cultura, Bradesco segue jornada para a nuvem

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Migração do Bradesco para a nuvem é realizada em etapas e aproveitada para ajustes de processos e workloads



Por Redação em 29/06/2023

A jornada para a nuvem do Bradesco começou em 2015, quando o banco implementou nuvem privada. Mas ela ainda acontece, e assim deve permanecer nos próximos anos. Em palestra na Febraban Tech 2023, Anderson Fogagnoli, gerente de TI do Banco, contou sobre o processo, pontuando que, em uma instituição de 80 anos, “não se vira a chave para cloud sem considerar toda a história”.

A decisão pela migração do banco foi impulsionada pela necessidade de modernizar as aplicações, principalmente os canais digitais, usados no relacionamento com os clientes. Agora, segundo Fogagnoli, as equipes estão olhando para modelos operacionais e para a cultura corporativa. “Está acontecendo uma mistura de pessoas que trazem experiências de mercado, com consultores e com pessoas que conhecem profundamente o banco. E está sendo muito bom, para levar a jornada para a nuvem ao patamar que precisamos”, disse.

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A migração para a cloud no Bradesco está dividida em três fases, sendo a primeira o foco nos canais digitais, como comentado. A segunda, ainda por acontecer, é um olhar mais refinado sobre dados e analytics. Já a terceira envolverá a migração para a nuvem de todos os negócios do grupo, mantendo os mesmos patamares alcançados na empresa-mãe: o banco.

Nesse caminho, o banco Bradesco está, agora, transformando as aplicações, no sentido de torná-las mais fluidas e atualizadas para a operação no ambiente de nuvem. “Não estamos simplesmente movimentando workloads”, afirmou. 

As equipes de tecnologia e de negócios têm mapeado os objetivos da migração. Para isso, foram montadas as arquiteturas dos workloads para balizar o ambiente antes de executar as aplicações em si. “Precisamos entender qual aplicação, e em que momento, devemos migrar para a nuvem”, disse. Isto, segundo ele, está sendo aproveitado também como uma oportunidade para rever processos e planejar modelos operacionais atuais e à prova de futuro.

Pessoas e culturas são fundamentais na jornada

Outro ponto de cuidado nesta jornada diz respeito às condições de liberdade para que os desenvolvedores possam testar, aprender e usar novas tecnologias disponíveis de forma segura e propositiva aos negócios.

Para Eduardo Joia, CTO e diretor de serviços industriais e finanças da Microsoft, a questão das pessoas, como tateado pelo executivo do Bradesco, se tornou central para a jornada para a nuvem bem sucedida. Isto porque há o cenário de escassez de profissionais qualificados. Depois, porque a qualificação deve levar em conta as características e necessidades do processo de migração de cada companhia.

“A empresa que está mudando de um ambiente on-premise para a nuvem, quer tirar proveito dos requisitos de agilidade, capacidade de escalar e segurança mais robusta. Isto, mais do que a mudança da arquitetura, está relacionado à mudança de procedimentos operacionais. É uma questão de cultura, que é instrumentada por procedimentos e ferramentas”, explicou.

A mudança cultural, portanto, não só é a parte mais importante, mas também a mais difícil na jornada para a nuvem. “Faço analogia com o motorista de Fusca. Não se pode colocá-lo para dirigir uma Maverick de repente, por exemplo. São coisas diferentes”. Na migração para cloud, o profissional que lida com as aplicações on-premise precisa ser capacitado para usar a cloud. “Isto proporcionará a agilidade, o direcionamento a micro serviços e a atualização dos procedimentos de segurança em nuvem. Então, não é só um treinamento técnico, é uma mudança de pensamento operacional”, defendeu.

Para Fogagnoli, esta necessidade de capacitação e desenvolvimento cultural passa pela integração da área de TI com as áreas de negócios (DevOps). “Costumo dizer que somos uma TI conectada, no sentido de estar conectada às demais áreas. E essa conexão tem ajudado na jornada para a nuvem, pois o programa não é – e não pode ser – isolado em um grupo de profissionais. Toda a empresa precisa participar”, disse.

A integração de competências entre os diversos departamentos permite, por exemplo, atacar um dos “calcanhares de Aquiles” da migração para a nuvem: a gestão financeira. “Criamos núcleos voltados à políticas, regras, padrões, etc., e os separamos por vilas, sendo que cada vila tem os seus gestores. Na questão financeira, por exemplo, há um ownership dedicado a manter os custos da migração para a nuvem em dias”, contou.

A jornada do Bradesco está em linha com o que especialistas de outras companhias financeiras e de tecnologia têm comentado durante os três dias de apresentações da Febraban Tech 2023. 

Ontem (28.07), por exemplo, em um painel dedicado ao tema, a diretora de Desenvolvimento de Negócios Cloud da Embratel, Fabiana Falcone, classificou a governança financeira como um dos pilares de sucesso para a jornada para a nuvem. Segundo ela, afinal, a característica de escalabilidade das finanças para a nuvem é uma quebra de paradigma, já que os projetos de TI estavam acostumados a gerir com base em business cases, e agora precisam gerir por demanda.



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