Também conhecido como computação de borda, o Edge Computing é um modelo de arquitetura de TI que traz o processamento de dados e a execução de aplicações o mais próximo possível dos dispositivos ligados a eles. Smartphones, câmeras, sensores e outros dispositivos ligados à internet das coisas (IoT) são alguns exemplos.
No lugar de grandes servidores, atualmente responsáveis por trabalhar com uma quantidade gigantesca de informações por segundo, parte do trabalho é feita “na borda” da rede. Isso significa que os próprios dispositivos, ou mesmo servidores locais distribuídos, serão utilizados para executar tarefas.
Segundo o relatório “State of IoT 2024”, da IoT Analytics, o rápido crescimento de sensores industriais, atuadores, wearables e câmeras foi impulsionado entre 2014 e 2015. No fim de 2023, cerca de 16,3 bilhões de dispositivos IoT estavam conectados à rede, o que torna necessária a introdução de uma infraestrutura mais robusta para lidar com essa demanda.
A combinação de 5G e Edge Computing não está apenas no radar das empresas, mas também fará parte das discussões da Futurecom 2025, o maior evento de tecnologia e telecomunicações da América Latina. Especialistas vão debater como a baixa latência do 5G pode impulsionar casos de uso em Edge Computing, desde transporte autônomo até aplicações industriais críticas. O encontro deve destacar ainda os desafios de infraestrutura para suportar a crescente demanda de dados em setores variados, como saúde, finanças e varejo.
A sinergia entre 5G e Edge Computing

Empresas utilizam diversos serviços na nuvem para otimizar as suas operações. Em contrapartida, esse aumento na demanda criou problemas de escalabilidade, fazendo com que data centers nem sempre sejam capazes de entregar o desempenho esperado.
Com a tecnologia 5G, os níveis de latência oscilam entre 2 e 3 milissegundos – valor muito inferior ao do 4G LTE, que possui algo em torno de 12 milissegundos de latência. À primeira vista, pode não parecer algo tão relevante. Contudo, essa vantagem se mostra central para o funcionamento do Edge Computing em dispositivos que exigem um tempo de resposta imediato.
Quando o 5G é implementado na “borda” da rede, os servidores na nuvem são desafogados e a troca de dados é mais direta. Dessa forma, elimina-se uma barreira já saturada e ocupada com milhões de outras tarefas a serem executadas.
Quais modelos de negócios podem ser criados?
Vários setores podem ser criados ou mesmo aprimorados, aumentando não apenas a eficiência dos modelos de negócios, como também a competitividade:
- Serviços de manutenção preditiva: Análise de dados de sensores em tempo real, sem precisar enviar tudo para a nuvem. Detecta anomalias imediatamente e dispara alertas locais.
- Plataformas de vídeo inteligentes: Aplicativos de treinamento de técnicos que sobrepõem instruções em tempo real sobre máquinas reais.
- Transporte autônomo e frotas conectadas: Decisões críticas (como freio de emergência e mudança de faixa) precisam acontecer em milissegundos. O Edge processa dados de LIDAR, radar e câmeras localmente.
- Tecnologia para saúde: Wearables e dispositivos médicos analisam sinais vitais dos pacientes em tempo real, disparando sinais somente quando anomalias sérias forem detectadas, o que reduz custos operacionais e permite tomadas de decisões mais acertadas.
- IoT industrial (IIOT): Gateways de borda agregam e filtram dados de milhares de sensores, enviando apenas métricas resumidas para a nuvem, o que diminui custos de transmissão e melhora a escalabilidade das operações.
- Comércio eletrônico: Processamento de dados de sensores de prateleiras, beacons e câmeras para personalizar ofertas em tempo real, sem depender de chamadas à nuvem que poderiam atrasar a experiência.
Mesmo o mercado financeiro pode usufruir das vantagens da computação de borda. Fintechs podem realizar verificações de fraude em tempo real, por exemplo, com base em conteúdos estatísticos próximos ao usuário.
Negócios que exigem rapidez, privacidade e eficiência de rede podem tirar proveito do Edge Computing. Qualquer setor que dependa de dados gerados na fonte pode ser melhorado – ou mesmo reinventado – através dessa arquitetura e da presença de conexões 5G.