À medida que a cobertura do 5G avança, novas soluções entram no mercado com a proposta de solucionar algumas questões que antes eram limitadas pela velocidade e latência. A capacidade de conectar múltiplos dispositivos com qualidade, usando a alta velocidade e baixa latência, permitiu que o 5G ampliasse ainda mais o uso de aplicações que combinam internet das coisas (IoT), inteligência artificial (IA), machine learning (aprendizado de máquina), realidade aumentada e virtual e big data analytics (análise massiva de dados).
Dessa forma, o 5G impacta positivamente a economia brasileira. Estima-se que o investimento seja de cerca de US$ 1,2 trilhão, de 2020 até 2035, segundo o estudo da consultoria Omdia junto com a Nokia. Esse dado representa um incremento anual de um ponto percentual no PIB até 2030.
Segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a projeção do Banco Mundial é de crescimento anual de 0,5 ponto percentual do PIB até 2030. Mas, para que isso se concretize, o fortalecimento do ecossistema de inovação é essencial. Porém, será preciso disseminar casos de uso e incentivar a criação de novas políticas públicas.
Fernando Soares, diretor de inovação e regulação da Conexis, acredita que o setor tem investido cerca de R$ 35 bilhões ao ano, e que a maior parte destes investimentos é direcionada para à infraestrutura 5G.
“No B2C, os smartphones 5G ainda são caros, mas com o processo de massificação, os preços devem cair e o acesso da população tende a ser resolvido. Já para as empresas, há grandes desafios envolvendo projetos e investimentos, o que leva mais tempo para acontecer, mas com maior potencial de ganhos para a economia”, afirmou Soares, ao Valor.
As redes 5G e as novas aplicações

Segundo a Anatel, a adoção do 5G nas empresas ainda está em fase inicial, ou seja, representa apenas 2,2 milhões de conexões. Sobre o mercado de redes privativas 5G, a agência reguladora emitiu apenas 66 licenças (até outubro de 2024).
Para Ari Lopes, gerente sênior de Service Providers Américas da Omdia, a tendência é de que as operadoras ofereçam cada vez mais soluções completas “que agregam valor ao ser integradas com outros sistemas das empresas”.
Alexandre Gomes, diretor de marketing B2B da Embratel (agora Claro empresas), aponta a necessidade de evolução no desenvolvimento e na oferta de dispositivos homologados na Anatel, com preços competitivos. A Nestlé, por exemplo, possui uma rede privativa 5G, implementada por meio de uma parceria da Embratel com a Ericsson, em sua fábrica de Caçapava (SP), que produz o KitKat. É uma solução que combina video analytics, machine learning e um braço robótico, capaz de aumentar a eficiência e o controle de qualidade do produto ao longo da esteira de produção.