Usiminas Imagem gerada por Inteligência Artificial

Desafio de conectividade levou Usiminas a adotar rede privativa móvel 

3 minutos de leitura

Projeto da siderúrgica começa na usina de Ipatinga e deve avançar para outras unidades, inclusive mineração



Por Nelson Valêncio em 03/07/2025

A necessidade de melhorar a conectividade da usina siderúrgica de Ipatinga levou a Usiminas a adotar uma rede privativa móvel 4G LTE/5G na unidade. O objetivo da empresa é utilizar essa infraestrutura como habilitadora digital, obtendo ganhos em segurança e aumento de produtividade, além de benefícios diretos na área ambiental.

Maurício Ferreira de Sousa, gerente de TI da companhia, destaca que, antes da concepção da nova arquitetura, a siderúrgica utilizava redes locais Wi-Fi e infraestrutura cabeada. Também havia uma solução 4G LTE não privativa para atender a casos mais remotos.

Com essa configuração, a conectividade exigia um gerenciamento específico, sendo tratada de forma pontual, com soluções isoladas, o que tornava os processos morosos e sem padronização.

“Decidimos mudar para uma rede que cobrisse toda a usina, oferecendo desempenho, baixa latência e segurança. Por ser privativa, ela também permitiria o controle dos dados e do tráfego”, resume o executivo. De acordo com ele, a adoção da rede privativa móvel concentrará o tráfego da Internet das Coisas (IoT) e de outras demandas industriais, promovendo a melhoria da conectividade.

A siderúrgica também decidiu manter a rede Wi-Fi ativa, mas restrita aos ambientes administrativos.

Sousa adianta que a primeira aplicação a utilizar a rede privativa móvel será o sensoriamento para detecção de gás, um mecanismo importante que amplia a segurança da usina, alertando as equipes em caso de identificação de parâmetros inseguros.

Funcionalidades

Outras funcionalidades contemplam diversas frentes. A segurança continua sendo uma demanda essencial, inclusive com a integração de câmeras com analíticos para criar cercas eletrônicas. Em situações de risco, esses mecanismos entram em ação, impedindo o acesso a áreas críticas. O monitoramento de pontes rolantes, equipamentos fundamentais na movimentação de materiais pesados dentro da usina, igualmente passa a ser mais preciso com a rede. 

Os especialistas em meio ambiente da siderúrgica também vão usar a nova instalação como infraestrutura para a ativação de sensores, dedicados à qualidade do ar, e de câmeras analíticas capazes de detectar e alertar sobre mudanças no comportamento da fumaça. As informações serão enviadas em tempo real para a central ambiental da usina.

Na área de manutenção, a rede privativa permitirá à Usiminas o uso de câmeras corporais (bodycams) capazes de transmitir imagens. Com isso, os técnicos em campo contarão com suporte remoto de outros especialistas, aumentando a precisão e agilidade das intervenções. Já os sensores para predição de falhas possibilitarão uma abordagem proativa na manutenção, antecipando problemas e evitando paradas não programadas.

Parceira da siderúrgica nesse projeto, a Claro empresas trouxe sua experiência no setor industrial e contribuiu para o desenvolvimento de uma arquitetura “full edge”, com core dedicado, segundo Sousa. O gerente de TI da Usiminas ressalta que a expertise da operadora, inclusive em questões regulatórias, foi fundamental na escolha, além do relacionamento de longa data entre as empresas.

Alexandre Mello, Diretor de vendas da Claro empresas, descreve o projeto da Usiminas como uma “jornada de evolução contínua”. Segundo ele, a rede cobre uma área de 7 km², abrangendo ambientes internos e externos, e funcionará inclusive em locais de extrema hostilidade, comuns em siderúrgicas.

Alexandre Melo (Foto: Nelson Valêncio)

Um dos diferenciais do projeto é o aproveitamento do legado de cobertura pública da Claro na região de Ipatinga, o que permitiu expandir não apenas a rede privativa, mas também a rede pública. Com isso, o empreendimento da Usiminas também contribuirá para a melhoria dos serviços ofertados à população do entorno da usina.

A primeira fase de adoção de redes privativas móveis ocorrerá em Ipatinga, mas a jornada da siderúrgica é mais ampla. Após a operação em Minas Gerais e o ganho de maturidade, a companhia planeja iniciar estudos para instalar uma rede similar em Cubatão, onde possui outra planta. Essa segunda fase deve acontecer até 2026. O terceiro passo envolverá as atividades de mineração da siderúrgica, ainda sem prazo definido.



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