A escassez de mão de obra no setor de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) é uma realidade no Brasil. Segundo a Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais (Brasscom), o país formou 464,5 mil profissionais nessa área entre 2018 e 2023. O desafio é que o mercado tinha 665,4 mil vagas abertas entre 2019 e 2024.
O resultado desse descasamento é uma média de 30% de déficit de mão de obra, índice que deve ser mantido em 2025. No cenário mais conservador, a estimativa é da necessidade de 30 mil novas vagas em TIC, enquanto a avaliação otimista chega a 147 mil novas oportunidades.
O problema também acontece em Portugal e pode afetar ainda mais o Brasil, segundo reportagem do jornal Globo. O país europeu acumularia um déficit de 20% e estaria recorrendo ao recrutamento de profissionais brasileiros. E mais: o Brasil seria um celeiro para contratação de especialistas em TIC para as empresas portuguesas.
Com tanta concorrência, uma estratégia que aparece no radar é a alocação de profissionais. De acordo com o InfoChannel, trata-se de uma modalidade de terceirização de serviços, na qual os especialistas em TIC são contratados para trabalhar temporiamente em projetos da área.
O modelo permite a flexibilidade de ajustar a alocação de profissionais de acordo com a demanda das companhias e reduz os custos em relação à contratação pelo modelo CLT.
Além da flexibilidade de contratação, outro fator que pode melhorar o atendimento da demanda por TIC é o uso de ferramentas de colaboração, práticas ágeis e plataformas de gestão de projetos. Juntos, são recursos que aumentam a produtividade dos times de TI e comunicação.
O mapeamento citado pela Brasscom também mostra que tipo de demandas estão sendo requeridas pelo mercado, o que ajuda a pautar como deve ser a alocação da mão de obra no país.
As especialidades mais procuradas são as de desenvolvedor back-end, gerente de TI, coordenador de segurança da informação e gerente de projetos.
Um olhar mais aprofundado indica que as procura no futuro deve se concentrar em profissionais especializados em inteligência artificial (IA) e cientistas e analistas de dados. Também nesse rol estão aqueles que têm conhecimento de aprendizado a máquina (machine learning) e segurança da informação. As competências em IA, cibersegurança e Big Data, aliás, continuam aquecidas e devem se manter no topo dos requerimentos, segundo reportagem da Mobile Time.