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Nuvem privada, pública, híbrida ou multicloud híbrida: qual modelo escolher?

5 minutos de leitura

Descubra se existem diferenças entre o nível de segurança, visibilidade ou disponibilidade dos diversos tipos de nuvem



Por Redação em 27/03/2025

Cada vez mais, os dados precisam estar disponíveis, de forma remota, em qualquer lugar ou horário, para que as organizações possam tomar decisões estratégicas relacionadas à gestão. Mas, qual tipo de nuvem utilizar? Existem diferenças entre privadas, públicas ou híbridas ou multicloud híbrida?

Atualmente, as nuvens não são apenas opções de infraestrutura com disponibilidade imediata e custos escalonáveis, mas também impulsionam a adoção de tecnologias emergentes e fornecem um ambiente propício para projetos inovadores.

Embora os provedores de nuvem apresentem propostas de valor e serviços básicos semelhantes, a competição é acirrada no desenvolvimento de funcionalidades nativas. Recursos como IA plug-and-play e modelos diferenciados de gerenciamento e precificação são exemplos de como os provedores se destacam.

Para Suzan Barreto, sócia líder de Data & Analytics, Cloud e Arquitetura da PwC, embora 78% das companhias já tenham estratégias de cloud, apenas 10% atingem seus objetivos estratégicos. “Mesmo que a empresa migre, reescreva ou defina que as aplicações serão nativas da cloud, os benefícios não acontecem plenamente apenas com a adoção da plataforma tecnológica. A multicloud híbrida é uma estratégia para se obter o melhor conforme o perfil de cada aplicação e/ou linha de negócio. Há situações em que a melhor alternativa é usar nuvens públicas, outras direcionam para nuvens privadas ou estrutura on premise, e há ainda casos em que serviços gerenciados são a melhor opção”, enumerou.

Navegue pelos tópicos abaixo para entender melhor como funciona cada tipo de nuvem.

A nuvem privada é mais segura do que a pública?

Segundo Andrés Hurtado, VP América Latina da Nutanix, não há diferença. “Ambas são seguras e, ao mesmo tempo, vulneráveis. Também podemos olhar para uma abordagem híbrida, que usa uma combinação ou novas ferramentas em nuvens privadas e públicas”, afirmou. 

Mas, em sua visão, a segurança depende da carga de trabalho em execução. Para uma escolha acertada, é preciso entender as demandas e desafios de cada organização interessada em migrar para a nuvem.

Qual a diferença entre nuvem pública, privada ou híbrida?

Em uma nuvem pública, o provedor mantém servidores próprios, nos quais os dados de seus clientes são alocados de forma independente e isolada.

Como a infraestrutura é compartilhada, a nuvem pública é mais acessível (considerando o investimento necessário) a vários tamanhos e tipos de negócio, sendo mais barata e elástica.

Essa é a principal diferença de uma nuvem privada, que não é compartilhada com outros clientes do provedor. Ou seja, toda a arquitetura é planejada e executada exclusivamente para uma determinada empresa. Esse modelo de nuvem privada é mais utilizado por organizações já consolidadas ou em expansão, principalmente quando elas têm mais de um escritório e diversas filiais.

Já a híbrida combina a praticidade da nuvem pública com a personalização da privada. Entretanto, do ponto de vista da segurança, todas as versões são semelhantes – é possível manter dados sensíveis e estratégicos armazenados em servidores exclusivos, com um controle de acesso. 

Em relação à disponibilidade, na nuvem pública é mais fácil e econômico contar com recursos sofisticados. No modelo privado, essa disponibilidade depende do seu investimento exclusivo na estrutura, o que pode encarecer o processo. Já na nuvem híbrida, essa adequação depende de como seu sistema foi arquitetado e em quais servidores — internos ou remotos — está a demanda.

Então, qual modelo escolher? Para Hurtado, é preciso que cada empresa avalie seu negócio, compreenda as vantagens dos vários tipos de nuvens (privadas, híbridas e públicas); e, principalmente, mapeie e qualifique suas aplicações críticas.

Desempenho na nuvem: pública, privada ou híbrida?

A computação em nuvem tornou-se peça fundamental no atual cenário empresarial, oferecendo flexibilidade e escalabilidade sem precedentes. No entanto, a escolha do modelo ideal: pública, privada ou híbrida, impacta diretamente o desempenho e a eficiência das operações. 

Na nuvem pública, a escalabilidade é a palavra de ordem. Provedores como AWS, Azure e Google Cloud permitem aumentar ou diminuir recursos conforme a demanda, ideal para empresas com picos de tráfego. Contudo, o compartilhamento de recursos pode levar a variações de desempenho, especialmente em momentos de alta demanda. 

Já a nuvem privada oferece um ambiente dedicado, garantindo desempenho consistente e controlado. Ideal para empresas com dados sensíveis e aplicações críticas, ela permite personalizar a infraestrutura para atender às necessidades específicas. No entanto, na maioria dos casos, o custo é elevado, e a empresa assume a responsabilidade pela manutenção e atualização.  

E a nuvem híbrida, por sua vez, surge como uma solução versátil, combinando o melhor dos dois mundos. Ela permite balancear cargas de trabalho, alocando dados sensíveis na nuvem privada e cargas variáveis na nuvem pública. 

Gerenciamento e manutenção: como funciona em cada modelo de nuvem

A decisão sobre qual modelo de nuvem adotar transcende a análise de custos e desempenho, mergulhando na complexidade do gerenciamento e manutenção da infraestrutura. Cada opção – pública, privada ou híbrida – apresenta um panorama distinto de responsabilidades, impactando diretamente a dinâmica e a carga de trabalho das equipes de TI.

Na nuvem pública, a terceirização da infraestrutura para provedores representa um alívio significativo na manutenção. A equipe interna pode, então, concentrar-se em tarefas estratégicas, como desenvolvimento de aplicações e otimização de serviços, embora a gestão dos recursos na nuvem pública exija monitoramento constante e expertise especializada.

A nuvem privada, por outro lado, empodera a empresa com autonomia e controle total sobre a infraestrutura. Contudo, essa liberdade vem acompanhada da responsabilidade integral pela instalação, configuração, monitoramento e atualização de hardware e software, exigindo uma equipe interna robusta e especializada para garantir a segurança e disponibilidade dos serviços.

As credenciais de longa duração ainda lideram os problema de segurança na nuvem, uma vez que deixam os dados expostos. De acordo com o relatório State of Cloud Security 2024, publicado pela Datadog, 46% das organizações ainda estão usando usuários não-gerenciados, com credenciais de longa duração. Para chegar a essa conclusão, uma apuração foi feita com base em corporações que adotam os serviços de nuvem da AWS, Azure ou Google Cloud. Segundo reportagem do Próximo Nível, “esse tipo de credencial, principalmente no cenário de usuários que não estão sendo gerenciados, abre a brecha para vazamentos frequentes no código-fonte, nos logs de compilação, em artefatos de aplicativos e nas imagens de contêineres (recurso para armazenar informações). E mais: a maioria dos incidentes estão ligados às credenciais de longa duração comprometidas”.

Já a nuvem híbrida, ao combinar o melhor dos dois mundos, apresenta o desafio da integração e coexistência de múltiplas plataformas. A equipe de TI deve dominar diversas tecnologias e ferramentas para assegurar a compatibilidade e interoperabilidade entre os ambientes, além de monitorar e otimizar o desempenho em ambas as plataformas, exigindo uma abordagem abrangente e integrada para a gestão da segurança e conformidade.

Compliance e localização de dados: um pilar estratégico para a nuvem

A conformidade regulatória e a localização dos dados emergem como pilares essenciais para empresas dos mais variados portes. A escolha do modelo de nuvem ideal (pública, privada ou híbrida), deve levar em consideração a localização física dos data centers, especialmente em relação às regulamentações de proteção de dados, que exigem que as informações sejam armazenadas em determinadas jurisdições.

As leis de proteção de dados, como o Regulamento Geral de Proteção de Dados (GDPR) na Europa, e a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) no Brasil, estabelecem requisitos rigorosos para a coleta, armazenamento e processamento de dados pessoais, e muitas vezes exigem que as informações sejam armazenadas em data centers localizados dentro de suas respectivas jurisdições.

Empresas com atuação global devem ter um olhar atento às nuances das leis de proteção de dados em cada região. Optar por um provedor de nuvem com data centers alinhados às exigências locais é fundamental para assegurar a conformidade e prevenir sanções legais.

Para garantir a conformidade e a segurança dos dados, as empresas podem adotar estratégias como as listadas abaixo.

  • Avaliação de provedores de nuvem: a localização dos data centers dos provedores de nuvem e suas políticas de conformidade devem ser considerados.
  • Criptografia de dados: implementar criptografia de dados em trânsito e em repouso para proteger os dados contra acesso não autorizado.
  • Gerenciamento de acesso: implementar controles de acesso rigorosos para limitar o acesso aos dados apenas a usuários autorizados.
  • Auditorias regulares: com a finalidade de garantir a conformidade com as leis de proteção de dados.



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