As emissoras de TV enfrentam grandes desafios para se manterem relevantes em um ambiente de hiperconectividade. A adaptação tecnológica exige a modernização das antigas infraestruturas, com migração para IP, cloud computing e virtualização, além da necessidade de reduzir a latência e ampliar a automação. Paralelamente, a concorrência multiplataforma, marcada pelo avanço do streaming, redes sociais e plataformas independentes, fragmenta o público e reduz o espaço da TV linear frente aos conteúdos sob demanda. Nesse cenário, o desafio é equilibrar inovação tecnológica com estratégias que garantam relevância, fidelidade do público e rentabilidade.
Segundo Diego Pereira Cortinhas, coordenador de engenharia da Claro empresas, uma emissora de TV hiperconectada é caracterizada pela integração entre tecnologia, dados e múltiplas plataformas de distribuição. Sua infraestrutura conecta produção, distribuição e análise de dados em tempo real, permitindo decisões rápidas e conteúdos mais interessantes. A centralização de operações facilita o controle e a eficiência dos processos, enquanto a automação e otimização reduzem custos e aumentam a agilidade.

A partir de agora, deve haver uma forte integração entre TV linear, plataformas OTT, redes sociais e big data, possibilitando maior personalização e engajamento do público. A produção em tempo real e a distribuição multiplataforma garantem que o conteúdo esteja disponível onde e quando o espectador desejar. Outro ponto é a migração de workloads para a nuvem, equilibrando investimentos e custos operacionais.
A emissora hiperconectada também deverá oferecer conteúdo segmentado e regionalizado, adaptando-se aos diferentes perfis de audiência e fortalecendo sua relevância no ambiente de hiperconectividade, defendeu Diego Pereira Cortinhas em sua palestra “Conectividade em Emissoras Hiperconectadas: Desafios e Oportunidades”, realizada na Arena do Congresso da SET Expo 2025.
A Claro empresas, por meio da plataforma EVSol, disponibiliza uma infraestrutura para o transporte de sinais de vídeo sobre internet, dimensionada para o setor de mídia e entretenimento. A solução opera sobre uma rede de fibra óptica de longa distância, interligando as principais capitais e locais de eventos. O sistema é gerenciado com monitoramento contínuo pelo CTV Claro, com redundância de equipes em São Paulo e Rio de Janeiro.
Atualmente, a EVSol é utilizada pelas principais emissoras do país no envio de sinais de contribuição de estádios, oferecendo transporte de vídeo em alta qualidade, baixa latência e alta resiliência, fatores essenciais para produções ao vivo e transmissões de grande porte. Baseada em equipamentos Nimbra 680 e 688, a rede conta com gerência centralizada via Nimbra Vision.
Virtualização e edge computing
O coordenador de engenharia da Claro empresas ainda explica que a companhia oferece soluções de virtualização e edge computing, possibilitando workflows virtuais para gestão de mídia, com virtualização de MAM, edição e transcodificação, além de armazenamento unificado com baixa latência e alta performance. As transmissões remotas usam nós hiperconvergentes ligando caminhões de produção externa e estúdios, com processamento local e sincronização centralizada. Para completar, também pode ser usada IA e machine learning para automatizar processos como clipping, indexação, tradução, transcrição e legendagem, oferecendo mais agilidade às produções.
SOC e segurança
Diego Pereira Cortinhas ainda defende que o fluxo hiperconectado das emissoras precisa contar com uma solução de cibersegurança em camadas e um SOC (Security Operations Center) para o combate a ataques cibernéticos e a proteção de ativos digitais.
O modelo de segurança em camadas organiza a proteção integradamente, cobrindo diferentes pontos de vulnerabilidade:
- Pessoas e processos;
- Gestão de identidade;
- Servidores e endpoints;
- Segurança em redes internas;
- Segurança em perímetro;
- Segurança em nuvem;
- MSS/SOC cognitivo;
- Segurança avançada.
Na proposta apresentada pela Claro empresas, os serviços são monitorados e gerenciados por especialistas com certificação ISO 27001. A operação conta com 200 posições redundantes entre São Paulo e Rio de Janeiro, onde há uma war room dedicada para monitorar 1,3 milhão de ativos. A empresa já bloqueou mais de 300 milhões de ataques nos últimos anos.