A expectativa é que o período natalino gere mais de R$ 39 bilhões em faturamento para o e-commerce no período de Natal, de acordo com o relatório State of Supply Chain 2025: Balancing Inflation, Investment & Innovation, da Relex Solutions. Para aproveitar esse momento, empresas de e-commerce adotam automação e inteligência artificial (IA) como para lidar com o volume de pedidos, garantir agilidade no atendimento e personalizar a jornada de compra do consumidor.
No relatório, a Relex Solutions relata que 60% das empresas de sete países, incluindo o Brasil, já direcionam investimentos para essas tecnologias como forma de manter competitividade.
O movimento acompanha o crescimento acelerado da IA aplicada ao comércio eletrônico, um mercado que deve atingir US$ 9,01 bilhões até o fim de 2025, de acordo com levantamento da DemandSage. Os números são resultados de uma demanda externa por uma experiência de compra mais fluida e personalizada, além de responder à cobrança interna das corporações por maior produtividade e posição competitiva.
Eficiência operacional em ambiente de alta demanda
Para superar as fragilidades de operação que o fim de ano carrega, a tecnologia pode se tornar um aliado das organizações. Para 2025, a projeção é de 17,2 milhões de pedidos, com ticket médio de R$ 808 no Brasil, o que chama a atenção para a pressão sobre estoques, logística, pagamentos e atendimento ao consumidor. Processos como atualização de inventário, cálculo de frete, conciliação financeira e integração com parceiros logísticos podem ser automatizados para reduzir erros e liderar equipes para atividades estratégicas.
O CRO da Hablla, Marcus Barboza, explicou ao Valor que não se trata apenas de respostas automáticas simples, e sim de “inteligência artificial que compreende intenção de compra, responde dúvidas complexas sobre produtos, negocia condições, processa objeções e fecha a venda diretamente no canal de comunicação”.
Personalização do e-commerce para o Natal
A IA permite cruzar dados internos e externos para recomendar produtos, prever interesses e direcionar ações comerciais em tempo real. Essas funcionalidades aumentam a personalização que, por sua vez, se reflete em uma conversão maior, ticket médio elevado e fortalecimento no relacionamento com o consumidor. Em um período marcado por comparação de preços e baixa fidelidade, essas características se tornam um diferencial para a empresa.
Para a Carta Capital, o head de ofertas da Engineering Brasil, Paulo França, esclareceu que quando os dados são integrados a processos automatizados, “o e-commerce passa a operar de forma inteligente, e não apenas digital”.
Atendimento automatizado

Contratar centenas de atendentes temporários para picos concentrados em poucos dias é caro, complexo e nem sempre é a opção ideal para o negócio. Além disso, com a introdução de agentes de IA e realidade aumentada, levam o mercado para uma realidade na qual a distinção entre atendimento humano e automatizado será inexistente, segundo Barboza.
Diante desse cenário, outro fator deve ser levado em consideração: a janela de atenção do consumidor encolheu. O executivo da Hablla avalia que “o cliente deseja resposta em segundos, não em minutos”. Por isso, garantir que chatbots conversacionais sejam capazes de entender a intenção de compra, responder dúvidas, negociar condições e fechar vendas evita desistências.
Futuro do e-commerce será inteligente
A partir de 2026, agentes virtuais tendem a dominar a linha de frente das vendas, aumentando conversão em até 60%. Tecnologias como realidade aumentada e experiências imersivas devem impulsionar um mercado de realidade expandida previsto para crescer 400%. Para Rodrigo Xavier, CEO da Hablla, o varejo que ainda trata automação como custo ficará para trás.
“É preciso enxergá-la como infraestrutura crítica, tão essencial quanto ter site rápido ou sistema de pagamento confiável. Sem ela, simplesmente não se consegue operar em escala durante os picos”, concluiu Xavier.
